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Acabou o fogo! - 09/11/2022, 08:14 - Vinicius Viana

Por falta de gás, revendas 'quebram' e população fica sem botijão

População peregrina para encontrar botijão de gás nas revendedoras que ainda estão abertas

Por falta de gás, revendedores 'quebram' e população fica sem botijão.
Por falta de gás, revendedores 'quebram' e população fica sem botijão. |  Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Os consumidores que dependem do botijão de gás para cozinhar já sofrem com a falta do produto nas revendedoras nos mais diversos bairros de Salvador e em toda a Bahia. De acordo com o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), o problema é reflexo do fechamento das estradas federais e estaduais após as eleições. Segundo o Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), cerca de 300 revendedoras fecharam as portas por causa do desabastecimento de gás, que ocorre há seis meses na Bahia.

Ainda de acordo com o Sinrevgas, as próximas podem ser caóticas, caso o reabastecimento não seja normalizado imediatamente. Para se ter um ideia, bairros como Alto da Terezinha, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, e Engenho Velho de Brotas já estão sem o produto. Mas o problema vai além de Salvador e já atinge todo o estado.

A Mello Santos Comercial de Gás, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), está na lista das revendedoras que tiveram que interromper as atividades. De acordo com Rosana Mello, proprietária do estabelecimento, o ponto está fechado há quatro dias por causa do desabastecimento.

“A última carga que chegou foi na quinta-feira (3) e, desde sexta-feira (4), estou sem gás. A carga que a gente recebe não passa de dois dias por causa da movimentação. Desde sábado, domingo, segunda e terça estou sem trabalhar pela falta do gás”, desabafou a empresária.

Em seguida, Rosana Mello pontuou que a pandemia da Covid-19 obrigou o enxugamento do quadro de funcionários da empresa e que novamente se vê forçada a interromper a contratação de novas pessoas.

“A gente já vem fazendo uma retração das despesas desde a pandemia. Veio a Covid-19 e as vendas quebraram muito. Muitas revendas fecharam e não abriram mais. E agora com essa falta do gás, que está acontecendo só na Bahia, temos diminuído bastante o número de funcionários. Recentemente tive uma funcionária que se aposentou e não contratei ninguém para colocar no lugar dela [por causa do atual cenário]”, revelou.

O comunicador Vivaldo Marques, de 25 anos, é jornalista por amor e cozinheiro por hobby. Ele contou que é desesperador saber que o gás de cozinha está escasso nas revendedoras. “Chega ser um pouco desesperador a falta do gás. Eu, por exemplo, não cozinho todos os dias, cozinho por hobby, e isso já é um baque! Imagine as pessoas que vivem disso, que dependem do gás para sobreviver? Imagine aí, como é que vai ser para essas pessoas ter o seu pão de cada dia? Como é que elas vão fazer para sobreviver com essa falta de gás?”, refletiu.

O diretor do Sinrevgas, Robério Souza, afirmou que o problema enfrentado pelas revendedoras se arrasta por meses. Ele teme que a população não consiga mais encontrar o gás de cozinhas nos próximos dias.

“Estamos enfrentando um delay - atraso - de desabastecimento nos últimos seis meses, mas nos últimos 15 dias esse atraso se atenuou, chegando realmente a faltar gás no estado da Bahia. Neste momento, 40% das revendas do município de Salvador estão fechadas por falta de produto. A Acelen diz que nos próximos dias irá normalizar o abastecimento, mas os consumidores têm enfrentado dificuldade para encontrar o gás no seu lugar de preferência. Eles estão se deslocando para poder encontrar uma loja aberta com o produto. Se o abastecimento não for normalizado, as revendedoras abertas só têm ‘pulmão’ para mais um dia [de funcionamento]”, declarou.

Por meio de nota, a Acelen, empresa de energia que opera de Mataripe, que sozinha, responde por 14% de toda a capacidade de refino do Brasil, informou que “as unidades da refinaria estão passando por manutenção programada e que foi necessário ajustar os prazos originalmente previstos para retomada de produção por questões de segurança .” Questionada sobre a retomada do abastecimento das revendedoras, a empresa apenas informou que espera “nos próximos dias regularizar o cronograma de produção para retomar o abastecimento”, finalizou.

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