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Deu ruim! - 08/11/2022, 17:11 - Pedro Moraes - Atualizado em 08/11/2022, 21:32

"Salvador pode ficar sem gás em até 24 horas", afirma Sinrevgas

Diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás da Bahia explica que falta de abastecimento já deixa bairros como Alto da Terezinha sem gás de cozinha

Diretor do Sinrevgas explica que falta de abastecimento já deixa bairros como Alto da Terezinha sem gás de cozinha
Diretor do Sinrevgas explica que falta de abastecimento já deixa bairros como Alto da Terezinha sem gás de cozinha |  Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil

Se você aí, minha senhora ou meu senhor, achou que o cúmulo do problema do gás de cozinha foi o aumento do preço, que saiu de R$ 105,00, em 2021, para R$ 130,00 neste ano, de acordo com dados do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), uma novidade pode complicar ainda mais na hora de colocar o ‘pão de cada dia’ dentro de casa.

É que, após a Associação de Revendedoras de Gás relatar que cerca de 500 revendas estão fechadas em Salvador desde o último final de semana, o diretor do Sindicato dos Revendedores de Gás do Estado da Bahia (Sinrevgas), Robério Souza, comentou, em entrevista exclusiva ao Massa!, que a sua cozinha pode ficar sem gás, caso você precise comprar um botijão nos próximos dias.

“Caso o abastecimento não seja pelo menos minimizado, as revendas de Salvador não têm estoque nem para mais um dia”, disparou.

Ainda de acordo com Robério, alguns bairros estão em seu estágio máximo de decadência no quesito oferta de gás de cozinha. São os casos, por exemplo, do Engenho Velho de Brotas e do Alto da Terezinha, no Subúrbio Ferroviário da capital baiana.

Questionada sobre essa complicação, a empresa Acelen comunicou, por meio de nota oficial, que o problema tem razão na manutenção “programada” ou na “reativação” das unidades da Refinaria de Mataripe, localizada no município de São Francisco do Conde.

“A Acelen informa que está atuando ativamente para regularizar o fornecimento de GLP aos seus clientes. Como informado anteriormente, unidades da refinaria estão passando por manutenção programada ou reativação e foi necessário ajustar os prazos originalmente previstos para retomada de produção por questões de segurança de processo. Estamos desde então buscando meios alternativos para abastecer a todos com segurança, transparência e qualidade. Esperamos nos próximos dias ter regularizado o cronograma de produção e retomar o abastecimento regular”, cita a Acelen.

Na região de Feira de Santana, além de Itabuna, no sul do estado, revendedoras também passam por apuros com a falta de gás de cozinha desde a semana passada.

Impacto direto na galera

Entre os públicos que vão sentir de fato a paralisação da circulação do gás de cozinha estão os empreendedores, além das donas de casa, que dependem dele para tocar a vida e faturar o rendimento para, pelo menos, “sobreviver” e “pagar as contas”. É o caso de dona Alexinilida Sousa Almeida, de 45 anos.

“Eu dependo exclusivamente e totalmente dele (do gás). Sem gás, minha vida vai parar, porque meu negócio não vai poder funcionar. A gente não tem condições de ter reservas, por conta de trabalhar num local em que o fluxo é pouco, então a renda não é tanta, é sobrevivência mesmo, é a moeda de giro. A gente sobrevive, paga as contas e fornece. Então se eu não tiver gás, eu não vou poder continuar com meu trabalho. Vai impactar bastante na funcionalidade do meu negócio”, conta.

Após trabalhar 18 anos como empregada doméstica na casa de uma única família, ela precisou se reinventar por causa do impacto negativo provocado pela chegada da pandemia da Covid-19. Aliado a isso, o falecimento da sua patroa gerou o desemprego absoluto. Como alternativa, Alexinilda passou a cozinhar dentro de sua própria casa e fornecer quentinhas na 2ª Travessa de Nadir Jesus, no bairro do Curuzu, em Salvador. E, sem gás, não tem como trabalhar.

Outra pessoa que reforça a opinião de Alexinilda e que também utiliza o gás de cozinha é Ivete Íris,45 anos. "Forneço quentinhas a 3 anos, se caso vim ocorrer essa falta de gás nas refinarias, poderá impactar de uma forma muito ruim, pq querendo ou não, vai prejudicar muito as vendas.. Porque eu faço muito o uso do gás e se vier a faltar, não terei como manter as quentinhas.", pontua ela que ainda diz impacto não será para as cozinheira e dona de casa, mas para o Brasil todo".

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