No vocabulário baianês, o ato de 'traseirar' significa invadir o ônibus pela porta traseira. E essa é uma das ações mais flagradas nos horários de pico nos pontos de buzus, sobretudo no Subúrbio Ferroviário. Após uma estudante cair de um veículo na semana passada, desta vez, alunos quebraram a porta de um automóvel, também no bairro de Paripe.
Na tentativa de entrar pelo fundo do veículo sem pagar passagem, a atitude deles foi flagrada por pessoas que estavam no ponto de ônibus. Mesmo após o motorista ter fechado, eles conseguiram entrar. Flagrantes como este abrem margem até mesmo para registro de óbitos, como menciona o diretor do Sindicato dos Rodoviários, Daniel Mota, em entrevista ao Portal MASSA!.
“Essa porta traseira do ônibus é alimentada pelo balão de ar que alimenta também os freios dos ônibus, então quando eles arrebentam essa porta, corre um grande risco de vitimar algum passageiro e originar até um óbito”, detalha.
Como solução, Mota acredita que os estudantes precisam ser conscientizados desde o aprendizado domiciliar até ações escolares.
“A gente entende que tem que ser um trabalho de conscientização das escolas, a Secretaria de Mobilidade [Urbana] também tem que entrar no processo. São menores de idades, tem que responsabilizar os pais. Há quem diga que é muito duro ter que cobrar como um ato de vandalismo, mas isso pode causar o óbito de um passageiro”, ressalta o diretor.
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Questionada, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) indicou, por meio de nota, que repudia os atos e enfatizou o prejuízo aos usuários do transporte, já que “retira os veículos de circulação para que seja feita a manutenção, resultando em maior tempo de espera nos pontos e ônibus mais cheios".
Fiscalização
A Semob também mencionou que há fiscalização dos agentes no ordenamento do sistema nas estações de transbordo, assim como nas ruas da capital baiana. Por outro lado, a pista conta com o apoio das pessoas para inibir a 'vandalização' dos ônibus, uma vez que existem quase três mil pontos de parada na capital baiana.
Por fim, a secretaria evidenciou que o ato de ‘traseirar’ retrata a prática da evasão de tarifa, pois ocorre a entrada nos veículos sem pagar pela passagem. No mais, a existência de câmeras de segurança podem auxiliar na identificação dos infratores por parte dos concessionários.
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