Comandante do barco que virou no caso Madre Deus em que oito pessoas morreram, Fábio Freitas denuncia ameaças que tem sofrido desde então. Ele e sua esposa Sandra precisaram abandonar a casa que vivem na Região Metropolitana de Salvador devido ao risco.
Desde a saída do píer da Ilha de Maria Guarda as ameaças começaram, de acordo com Sandra. Um homem que perdeu a filha no naufrágio disse que mataria Fábio. "Só que ele [Fábio] também perdeu a filha e o neto dele", lamentou ela em entrevista ao Bahia Meio Dia, da TV Bahia.
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Advogado de piloto diz que barco foi invadido por pessoas
O homem que ameaçou Fábio, inclusive, foi um dos que se envolveu na briga que fez o barco virar. Segundo o piloto, seu barco foi invadido justamente por essas pessoas que iniciaram a confusão.
"Quando encostei, aquele pessoal entrou no barco. Pedi para saírem, porque o barco não era para transporte, mas eles não saíram, se sentaram e eu não tinha como tirar eles do barco. Eu tinha que tirar o barco do píer e minha alternativa foi tirar o barco e ir embora", detalhou Fábio Freitas.
Briga entre invasores virou barco
O comandante parou no píer para buscar a filha Flaviane Jesus dos Santos, umas das vítimas e que tinha 29 anos, que estava em uma festa. Neste momento, a embarcação foi invadida e, após a briga entre os próprios invasores, o acúmulo de pessoas em um mesmo lado do barco causou o acidente.
"Aconteceu uma briga entre eles, que eu não sei informar o motivo. Pedi para eles, que pelo amor de Deus, parassem com a briga, porque tinham crianças e eu falava para eles pensassem nos filhos deles. Foi todo mundo para um lado só, o barco não aguentou o peso e virou", explicou.
Por causa dessa e mais ameaças, Fábio Freitas nem sequer pôde comparecer ao velório e sepultamento da filha Flaviane e do neto Jonathan Miguel, de 9 anos.
"Não pude ir me despedir dela porque estou sendo ameaçado lá", lamentou o idoso.