
Os medicamentos genéricos movimentaram R$ 20,4 bilhões no Brasil, em 2024, um crescimento de 13,5% em relação ao ano anterior, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos e Biossimilares (PróGenéricos), com base em levantamento da consultoria IQVIA. É a segunda alta consecutiva nesse patamar, sinalizando a consolidação dos genéricos como opção segura e acessível à população.
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De acordo com a associação, foram comercializadas 5,77 bilhões de embalagens de medicamentos genéricos ao longo do ano, com 14.108 tipos de apresentações disponíveis no mercado. Medicamentos para hipertensão, colesterol e saúde mental respondem por grande parte desse avanço.
O aumento das vendas, segundo a entidade, está ligado a uma combinação de fatores: envelhecimento da população, maior aceitação médica e popular, regulamentação eficaz e ampla oferta.
Não por acaso, a losartana, medicamento que é utilizado no controle da hipertensão arterial, lidera o ranking dos genéricos mais vendidos no país, com mais de 167 milhões de unidades comercializadas. Também se destacam analgésicos, anti-inflamatórios e fármacos voltados ao alívio de sintomas como dor e febre.
Preconceito
Apesar da crescente procura, ainda há dúvidas e preconceitos envolvendo os genéricos. No entanto, não há razão para isso. A farmacêutica clínica Lília Jade reforça que eles têm a mesma segurança e eficácia dos medicamentos de referência e que a diferença está apenas no preço.
“Existe uma lei no Brasil, a nº 9.787, publicada em 1999, que determina que, para um laboratório farmacêutico produzir um medicamento genérico, é necessário atender a critérios de eficácia, segurança e, principalmente, similaridade com os medicamentos de referência”.
Ela explica que o preço mais acessível não está relacionado à qualidade, e sim à oportunidade de expandir o alcance do medicamento, o que acontece após a “quebra de patente” do laboratório que o descobriu. "Isso abre espaço para que outros laboratórios produzam também o medicamento”, e assim nascem os genéricos, aumentando a oferta e, portanto, reduzindo o preço.
Apesar da garantia de segurança e controle de qualidade, Lília ressalta que o uso de medicamentos genéricos só não é recomendado quando não houver um genérico com a mesma substância prescrita para o paciente. “Consulte a disponibilidade, se o medicamento que você vai comprar já tem genérico. Caso não, não substitua sem orientação profissional”.
Ela orienta que o consumidor sempre verifique a embalagem e procure ajuda profissional antes de substituir qualquer medicação, o que serve para qualquer caso. “O medicamento genérico é, sim, para ser mais barato que o de referência. O custo baixo não está relacionado à baixa eficácia”, orienta. “Confie nos medicamentos genéricos, eles foram criados para melhor te atender", concluiu.