
Com a finalidade de orientar pais e professores, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) elaboraram e lançaram a cartilha 'Saúde Ocular na Infância'. Na prática, o documento digital aborda orientações práticas e seguras para cuidar da visão das crianças e adolescentes.
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que cerca de 80% dos casos de cegueira infantil poderiam ser prevenidos ou tratados com o diagnóstico precoce. As doenças mais comuns na infância são miopia, hipermetropia e astigmatismo.

Em entrevista ao MASSA!, a médica e presidente da SBOP, Júlia Rosseto, apresentou mais detalhes acerca do objetivo da cartilha.
"A ideia é a gente fazer esse alerta sobre as principais alterações visuais na criança. Se a gente saber reconhecer e tratar no momento certo 80% delas não vão ter baixa visual permanente. Então essa é uma das principais razões. E a outra grande razão é que, muitas vezes, as crianças se adaptam às dificuldades e nem sempre manifestam a queixa. Então, a gente precisa estar de olho nos sinais, mas também precisa estar de olho na saúde ocular para que consiga dar a melhor visão possível para todas as crianças", pontuou.

Ainda de acordo com a médica, a cartilha possui seis seções que abordam desde o desenvolvimento visual do bebê e da criança até orientações sobre exames oftalmológicos.
“O bebê pode ter várias alterações. Desde as de muito sérias, que a gente percebe principalmente na alteração do reflexo vermelho, que podem implicar em risco de baixa visão, além de ter outras alterações congênitas, como catarata e glaucoma, que também podem alterar esse reflexo. O mais comum do bebê é ter o canal lacrimal obstruído, isso causa lacrimejamento persistente. Geralmente, isso resolve até o primeiro ano de vida. Pode ter, também, as conjuntivites bacterianas, principalmente nos primeiros dias de vida, e as virais”.
Uso das telas em excesso
Os prejuízos causados pelo uso excessivo das telas também são apresentados na cartilha - disponível nos sites do CBO e da SBOP. Os dois órgãos orientam que, para evitar o cansaço ocular e problemas a longo prazo, é importante evitar exposição a telas antes dos 2 anos de idade e limitar o uso para até 3 horas diárias na adolescência.
"A regra 20-20-20, a cada 20 minutos de tela, olhar para algo a 6 metros de distância por 20 segundos, é uma prática recomendada para aliviar o esforço visual. Além disso, atividades ao ar livre, com exposição solar indireta, ajudam no desenvolvimento saudável da visão”, diz um trecho do documento.