
Movimentos sociais, sindicais e estudantis tomaram conta das ruas do Centro de Salvador, nesta sexta-feira (1º), com cobranças, palavras de ordem e até pedido de prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
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O Portal MASSA! acompanhou de perto todas as movimentações do que rolou no trajeto entre o Largo do Campo Grande e a Praça Castro Alves. O ato teve a presença de milhares de pessoas, diversas bandeiras de partidos e agremiações políticas, além de situações pitorescas.
Saiba como foi a manifestação
A concentração iniciou no Campo Grande, no horário marcado, às 15h. Grupos partidários e populares independentes foram chegando aos poucos, com bandeiras, adesivos e camisas com direcionamento político.
A fala ficou sob o domínio de Átina Batista, estudante da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e vice-presidente regional da União Nacional dos Estudantes (UNE). A militante convidava outras figuras para se manifestarem no microfone e também fazia declarações contudentes sobre o cenário político brasileiro.
Dentre as queixas dos manifestantes, está o 'Tarifaço de Trump', que taxa diversos produtos brasileiros em 50%; além da punição do presidente dos Estados Unidos ao ministro do Superior Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que teve contas financeiras bloqueadas em solo norte-americano. De acordo com os protestantes, eles julgam que tais ações ferem a soberania nacional do Brasil.
Também sobrou espaço para pedir a taxação dos ricos, o fim da escala trabalhista 6x1, a prisão de Jair Bolsonaro, e, entre os mais radicais, até o desligamento diplomático com Israel, devido as ações contra a Palestina.
Militantes compartilham suas percepções
Átina Batista destacou a participação do movimento estudantil unido às lutas trabalhistas e de soberania nacional, como também a retomada de protestos nas ruas de Salvador. "O movimento estudantil nunca sumiu das praças, nunca sumiu das lutas, das trincheiras de lutas".

"Esse momento é super importante para que a gente mostre a soberania do povo brasileiro. Nós não iremos mais suportar cortes na nossa educação. Nós não iremos suportar o imperialismo que se impõe ao nosso país. Nós precisamos, ferrenhamente, proteger o nosso país. Por isso que esse 1º de agosto é histórico e está acontecendo não aqui só em Salvador, na Bahia, mas no Brasil inteiro, mostrando a importância e a força do povo brasileiro", acrescentou, em entrevista exclusiva ao MASSA!.
Um dos dirigentes políticos do Partidos dos Trabalhadores (PT), Vinicius Calmon, manteve o discurso alinhado ao já dito, mas também listou o Pix como um símbolo da soberania nacional.

"A gente assiste a população soteropolitana defendendo as suas causas, defendendo a soberania brasileira, defendendo o Pix, que hoje se tornou um grande símbolo da soberania nacional e do empoderamento econômico do Brasil. Dizendo a Trump que ele manda nos Estados Unidos, talvez nem lá. E a aqui, quem manda é o povo da Bahia", disse.
Políticos também brotaram no ato
O trajeto contou com alguns rostos conhecidos da política baiana. Os deputados estaduais Robinson Almeida (PT) e Olívia Santana (PCdoB) estiveram presentes e também bateram um papo com o MASSA!. Além deles, também estiveram os vereadores de Salvador, Hamilton Assis (Psol), Aladilce Souza (PSB), Sílvio Humberto (PSB) e o ex-parlamentar municipal, Suíca (PT).
Em uma entrevista exclusiva, o parlamentar Robinson contou que enxerga as investidas de Trump como uma "ameaça" ao poder da nação brasileira. "O Brasil está sob uma ameaça na forma de um tarifaço, mas, na verdade, é uma combinação de várias iniciativas de intromissão no sistema judicial do país. É também com um pano de fundo político para defender um grupo que está sendo julgado pelo STF, a família Bolsonaro".

A deputada Olívia pontuou a necessidade da cassação do deputado federal e filho do ex-presidente, Eduardo Bolsonaro. "Nós exigimos a cassação de Eduardo Bolsonaro. É inaceitável que um parlamentar eleito pelo povo brasileiro, que compõe o parlamento brasileiro, esteja agora nos Estados Unidos instruindo o governo Trump a operar contra o Brasil, a estabelecer um tarifaço sobre os produtos brasileiros. Isso é uma traição. É um ato de lesa pátria", enfatizou.

O vereador Sílvio Humberto manteve o tom de ordem, mas também pontuou o cuidado com as empresas brasileiras que podem ser afetadas por terem uma taxação de 50% em seus produtos exportados.

"Aqui é um momento de afirmação da nossa soberania, que está sob ataque. Na medida que você faz um tarifaço como feito pelo presidente Trump, embora tenha feito algumas exceções, vai prejudicar os negócios no Brasil, vai prejudicar a economia brasileira. A chantagem que está sendo feita é algo nunca visto antes. Você faz isso de forma tão aberta, parece que a ideia de fazer América grande novamente é você voltar nos velhos tempos da doutrina monge, onde você invadia os países, você ocupava os países como se fossem uma república de bananas", afirmou.
Momentos pitorescos da manifestação
No ato, teve carrinho com Bolsonaro no xilindró, já outros decidirem se fantasiar do ex-presidente, arrancando risos dos presentes e de quem passava pelas ruas.
