Consagrado como a maior festa de rua do mundo, o Carnaval de Salvador atrai milhares de pessoas para curtir a folia na cidade, e neste ano não será diferente. De acordo com informações da Secretaria de Turismo do Estado (Setur) e do Salvador Bahia Airport, divulgadas na manhã desta terça-feira (28), durante uma coletiva de imprensa, a expectativa para a movimentação turística é boa, especialmente a partir do aeroporto, e os números já apontam para o sucesso nos dias de evento.
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Segundo Marcos Campos, gerente de marketing do Salvador Bahia Airport, as atividades da malha aérea aumentam bastante durante o período carnavalesco. Na folia de 2025, a previsão é de que cerca de 150 mil pessoas circulem pelo aeroporto ao longo da semana.
"A gente sabe que é um período de muita expectativa na cidade, e só pra vocês entenderem, a gente, em um dia normal do ano, recebe uma média de 18 mil passageiros por dia. No período do Carnaval, a gente tem uma média entre 23 e 24 mil passageiros”, contou ele.
Curiosamente, a semana mais movimentada no aeroporto da capital baiana não é em meio à folia e sim nos primeiros dias após o Réveillon. O que diferencia os turistas que viajam para conhecer e aproveitar o ápice do verão da Bahia daqueles que estão focados nos festejos momescos é justamente o tipo de programação que eles fazem, ficando, na maioria das vezes, apenas em Salvador.
“Acontece que os voos, muitas vezes, permanecem os mesmos, mas você não vai ter aquele passageiro que viaja em negócio, você não vai ter aquele passageiro que viaja para outras atividades, para um exame médico. Você vai ter esse passageiro que chega e sai de Salvador para o Carnaval. Então, esse é o grande diferencial”, explicou o gerente de marketing do Salvador Bahia Airport.
Crescimento no número de visitantes internacionais
Além dos turistas de outros estados brasileiros, Salvador também recebe uma grande quantidade de estrangeiros para a festa. Uma projeção feita para 2025 apontou o crescimento de 16% no número de passageiros internacionais em comparação com o ano de 2024.
Ainda segundo Marcos Campos, essa movimentação é resultado da ampliação de assentos em voos internacionais, com destaque para as companhias Air Europa, Sky Airline e Air France, e não da implementação de voos extras, por exemplo.
“A gente tem esse dado aqui que demonstra que, em relação a voos internacionais, a gente tem um crescimento expressivo de dois dígitos em relação ao ano passado, mas não temos voos extras nesse período”, concluiu.
Aeroporto promove grande operação para receber turistas
Júlio Ribas, CEO da VINCI Airports no Brasil, exaltou a grande equipe que precisa trabalhar duro para garantir que o aeroporto funcione plenamente. Segundo ele, milhares de profissionais se dedicam para atender as demandas intensas durante o período festivo.
“As pessoas não sabem, mas no aeroporto trabalham em turnos alternados, em algum momento, cerca de 6 mil pessoas, entre funcionários do aeroporto, pessoal de segurança, sub-concessionários, pessoal de restaurante, lojas, limpeza e por aí vai. Então essa é uma grande orquestra de 6 mil pessoas que nos 365 dias do ano, na verdade, está garantindo que o aeroporto vá bem, inclusive em momentos de pico. O Carnaval é um momento de pico relevante, mas não é o único, então a gente está preparando dia após dia para fazer isso”, comentou.
O Carnaval, para muitas pessoas, é a primeira oportunidade de visitar a Bahia. A gente quer que a experiência seja positiva desde o desembarque e depois, para que eles queiram voltar mais vezes
Júlio Ribas, CEO da VINCI Airports no Brasil
Segundo o executivo, ajustes estão sendo implementados para garantir que a experiência dos turistas seja a melhor possível, incluindo a garantia de acessibilidade para Pessoas com Deficiência (PCDs).
“Houve uma atenção especial a algumas demandas específicas, por exemplo, para cadeirantes que vêm aqui, e a gente fica muito feliz que o pessoal PCD venha também. É um aeroporto muito inclusivo em todos os aspectos, então a preparação é essa, é dar uma redobrada na atenção”, disse ele.
Malha aérea baiana passa por crise
Apesar do avanço nos índices sobre a malha aérea para o turismo da Bahia, algumas dificuldades ainda prejudicam a expansão significativa desses números. De acordo com o Secretário do Turismo do Estado da Bahia, Maurício Bacelar, o setor ainda sofre com as consequências da Pandemia da Covid-19.
“Mesmo depois de nós termos vencido essa fase tão difícil da história mundial, os reflexos da pandemia ainda permanecem na atividade aérea internacional e nacional”, lamentou.
O secretário reconheceu o progresso da área, especialmente com o incentivo do governo, mas as próprias empresas relataram o cenário dessa crise aérea: “O aeroporto avançou e tem sido parceiro do Estado na captação de voos. [Porém], nós conversamos com companhias aéreas, sejam as internacionais, as nacionais e as regionais, e o que é que nós ouvimos deles? Primeiro, a dificuldade na aquisição das aeronaves no pós-pandemia, a dificuldade na reposição de peças e as tripulações, que são uma mão de obra bastante qualificada, nós temos perdido mão de obra para companhias aéreas asiáticas”.
Diante do cenário, medidas foram tomadas para reduzir esses impactos. “O Governo do Estado tem uma lei estadual de subvenção a companhias aéreas internacionais para que estabeleçam conectividade com o nosso estado. Nós temos uma lei de estímulo à conectividade aérea nacional baseada na desoneração do ICMS, do QAV (Querosene de Aviação), que é responsável por mais de um terço do custo das companhias. A depender do número de voos e de assentos que as companhias ofereçam para o nosso estado, elas vão tendo proporcionalmente uma desoneração do ICMS”, contou.
Maurício Bacelar também afirmou que a Bahia permanece crescendo em meio às adversidades. “Mesmo com toda essa dificuldade, a Bahia teve, comparando 2024 com 2023, um incremento de 4% do de aumento de passageiros nos nossos aeroportos. Nós tivemos também um incremento de 4,1% em destinos atendidos pelos nossos aeroportos. As nossas frequências de voos nos nossos aeroportos tiveram um incremento de 1,3%”, finalizou.
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