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Estudo - 21/01/2025, 22:30 - Da Redação - Atualizado em 21/01/2025, 22:47

Maioria dos jovens brasileiros é favorável ao aborto mais do que à legalização da maconha

Mais de mil pessoas foram entrevistadas entre os dias 16 e 23 de setembro de 2024

Foram ouvidos jovens de 18 a 27 anos
Foram ouvidos jovens de 18 a 27 anos |  Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

A maioria dos jovens brasileiros é mais favorável ao aborto que a liberação da maconha no Brasil, é o que diz a pesquisa do Centro de Estudos SoU_Ciência, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

Ao todo, foram ouvidos 1.034 jovens de 18 a 27 anos, entre os dias 16 e 23 de setembro de 2024, de todas as regiões do país, via telefone celular. Os dados foram ajustados com base no censo mais recente do IBGE para refletir o perfil real da juventude brasileira.


Imagem ilustrativa da imagem Maioria dos jovens brasileiros é favorável ao aborto mais do que à legalização da maconha
Foto: Divulgação

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O levantamento revelou que 41% dos entrevistados apoiam o direito à interrupção voluntária da gravidez, enquanto apenas 33% concordam com a legalização do uso recreativo da maconha.

Contudo, o estudo indica que a juventude brasileira ainda é bastante conservadora em comparação a outros países.

Aborto, fatores decisivos

O apoio ao aborto é mais elevado entre os jovens das classes A e B (46,3%), enquanto cai para 33% entre as classes D e E. Regionalmente, o Sul é mais receptivo à pauta, com 51,7% dos jovens a favor, contrastando com o Sudeste, onde apenas 35% apoiam a medida.

A religiosidade também exerce forte influência. Jovens ateus ou sem religião lideram o apoio, com 58%, seguidos pelos que seguem religiões de matriz africana, com 56%. Entre católicos, 41% são favoráveis, enquanto os evangélicos registram o menor índice de apoio, com apenas 27%.

A questão política também divide opiniões. Jovens de esquerda ou centro-esquerda são os maiores apoiadores, com 69% favoráveis ao aborto. Já entre os de direita ou centro-direita, o apoio despenca para 25%.

Curiosamente, gênero não foi um fator relevante no tema: 42% das mulheres e 40% dos homens demonstraram apoio, indicando um consenso quase igualitário entre os sexos.

Legalização da maconha

A legalização da maconha enfrenta maior resistência entre os jovens brasileiros. Apenas 30% dos pertencentes às classes D e E são favoráveis à pauta, enquanto nas classes A e B o percentual sobe para 37%. O apoio é mais forte nas regiões Sul (41%) e Centro-Oeste (39%), e menor no Sudeste (30%).

Religião também é um fator crucial. Jovens ateus lideram o apoio com 50%, seguidos pelos de matriz africana (44%). Em contrapartida, apenas 30% dos católicos e 22% dos evangélicos concordam com a legalização.

Politicamente, 54% dos jovens de esquerda são favoráveis à maconha para uso recreativo, enquanto apenas 20% dos jovens de direita aprovam a ideia.

Mais revelações

A pesquisa do SoU_Ciência traz outras revelações importantes:

O maior problema do Brasil é corrupção (34%), seguido pela violência e falta de segurança (30%).

Ansiedade e depressão são os principais problemas que preocupam os jovens. Esses transtornos foram citados por 38% dos jovens, liderando o ranking de preocupações, um aumento em relação a 2021, quando estavam em terceiro lugar, com 32%.

No campo profissional, a principal aspiração é ter o próprio negócio, apontada por 30% dos entrevistados, enquanto apenas 11% disseram almejar emprego com carteira assinada.

A crise ambiental e hídrica é apontada por 24% dos jovens como um dos principais problemas do país, número que representa um crescimento de 243% em relação ao levantamento realizado em 2021, quando apenas 7% mencionavam o tema.

No campo político-ideológico 58% declaram não fazer parte nem da direita nem da esquerda, segmentos que são representados por 17% e 16%, respectivamente, dos jovens. 9% se definem como de centro.

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