25º Salvador, Bahia
previsao diaria
Facebook Instagram
WHATSAPP
Receba notícias no WhatsApp Entre no grupo do MASSA!
Home / Cidades

Vale a leitura! - 01/08/2025, 06:00 - Vitória Sacramento

Livro conta a história por trás dos nomes dos 171 bairros de Salvador

Obra, de autoria do historiador e professor Adson Brito do Velho, será lançada dia 9 de agosto

Historiador e professor Adson Brito do Velho

Você já se perguntou como surgiram os nomes dos bairros de Salvador? Por que Cajazeiras, Pau da Lima ou São Marcos? Para responder a essas e outras curiosidades, o historiador e professor Adson Brito do Velho lança uma nova obra dedicada à memória da capital baiana: os 171 bairros de Salvador e as origens dos seus nomes.

O livro, publicado pela Editora Novos Sabores, será lançado no dia 9 de agosto, das 18h às 20h, na Livraria do Glauber, localizada no Cine Glauber Rocha, na Praça Castro Alves. O evento contará com apresentações do cantor e violonista Jeilton Santos e do ator Alexandro Beltrão.

Leia Também:

Com 98 páginas e uma linguagem acessível, a obra se propõe a resgatar a história e valorizar o patrimônio cultural da cidade. Fruto de uma pesquisa que durou cerca de dois anos, o livro reúne informações de fontes bibliográficas, jornalísticas e relatos orais, especialmente de antigos moradores, o autor apresenta os bairros em ordem alfabética, de Acupe a Vista Alegre, e incluindo o mais novo deles, o bairro Aquarius, oficializado em 2024.

O livro estará à venda por R$ 50,00 nas livrarias Escariz (Shopping Barra), Leitura (Shopping da Bahia e Salvador Shopping), Livraria do Glauber (Centro), além de poder ser adquirido por envio via Correios. Informações e pedidos podem ser feitos pelo número (71) 98631-3242.

Entre as curiosidades que compõem a obra, estão bairros como Calabar, cujo nome remonta a um quilombo formado por negros vindos da região de Kalabari, na Nigéria; Calabetão, que faz referência à mãe-de-santo Maria Calabetan; Garcia, que surgiu da antiga Fazenda Garcia, de Garcia D’Ávila; e Saramandaia, batizado em homenagem à famosa novela de Dias Gomes.

O livro também explica a origem de nomes formados por siglas, como STIEP e IAPI, além de abordar os chamados “falsos bairros”, localidades muito conhecidas, como Campo Grande, Bonocô e Iguatemi, que, na verdade, não têm status oficial de bairro.

Imagem ilustrativa da imagem Livro conta a história por trás dos nomes dos 171 bairros de Salvador
Foto: Divulgação

A ideia do livro surgiu durante a pandemia da Covid-19, quando Adson criou no Facebook a página 'Salvador Tem Muitas Histórias', como forma de oferecer conteúdo cultural e histórico às pessoas que estavam em casa. A iniciativa ganhou força e hoje conta com mais de 30 mil seguidores.

Segundo o autor, muitos dos pedidos para transformar os conteúdos em livro vieram de motoristas de aplicativo, taxistas e professores que buscavam conhecer melhor a cidade para compartilhar informações com seus passageiros ou alunos. “O que me motivou foi justamente o desejo de resgatar a história de Salvador, que infelizmente está sendo esquecida ou silenciada nas salas de aula”, destaca o autor.

Adson também ressalta as dificuldades enfrentadas na elaboração da obra, especialmente em relação a bairros cujos nomes têm origem na tradição oral e não em registros oficiais. “O batismo popular é tão válido quanto a história documentada. O povo é quem define como um lugar é chamado, e esse nome muitas vezes permanece por gerações”, afirma. Ele cita exemplos de locais que mudaram de nome oficialmente, mas continuam sendo chamados pelos antigos, como a Ladeira da Praça (popularmente conhecida desde o século XVI) e a Praça Visconde de Cairu, hoje, oficialmente, Praça Maria Felipa.

O autor também dedica um capítulo à evolução da divisão territorial da cidade. Até 1960, Salvador contava com apenas 32 bairros oficiais, conforme a Lei 1.038/1960. A expansão urbana levou à criação de novos bairros, especialmente após a Lei 9.278/2017, que reconheceu mais 163 bairros. Desde 2020, outros sete foram oficializados, entre eles Chame-Chame, Colinas de Periperi, Dois de Julho e Vista Alegre.

Natural do bairro da Cidade Nova, Adson Brito do Velho é professor concursado desde 1993, psicólogo formado pela UFBA, especialista em Neuropsicologia e técnico em turismo. Atualmente, ocupa o cargo de vice-presidente da Academia de Letras, Música e Artes de Salvador.

Com uma trajetória marcada pela valorização da história e da cultura baiana, já colaborou com o jornal Massa! e recebeu diversas homenagens por seu trabalho de preservação da memória soteropolitana. Autor experiente, Adson já lançou outros dois livros de sucesso: Salvador tem muitas histórias (2023) e Quem tem medo da Mulher de Roxo? (2024).

exclamção leia também