No dia 1º de janeiro de 2025, o salário mínimo no Brasil passou de R$ 1.412 para R$ 1.518. O aumento, assinado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), começa a valer a partir de fevereiro. Mas, será que esse acréscimo vai dar conta de melhorar a vida financeira dos baianos? O Portal MASSA! foi às ruas para ouvir a opinião da galera e saber na prática o impacto desse reajuste no dia a dia da população soteropolitana.
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O operador de empilhadeira, Luís Carlos, comenta que qualquer grana a mais no fim do mês é bem-vinda, mas que não acredita que o aumento de R$ 106 faça muita diferença. “É pouco. A conta de luz, a água, a internet, o mercado... tudo só sobe! Esse valor a mais nem cobre o que já estava caro. O reajuste até é bom, mas não resolve o problema”, afirma.
Do outro lado, Jorge Wallace, operador de caixa de 21 anos, que está no começo da carreira e já encarou a dura realidade financeira, também não vê esse aumento como a chave para uma vida mais estável. “O aumento ajuda, mas não cobre o que a gente precisa. O salário ainda não reflete o tanto que a gente trabalha”, explica o jovem.
Aposentados na ‘bronca’
Na terceira idade, a situação não é diferente. A aposentada, Idália Vieira, expressou sua frustração com o valor do reajuste. “A aposentadoria já tá apertada, e esse aumento mal dá para cobrir as despesas de casa. Água, gás, mercado… tudo subindo. Não tem como dar conta, não”, conta.
O salário ainda não reflete o tanto que a gente trabalha
Mas, claro, a realidade de quem entende do assunto também é importante. Por isso, o Portal MASSA!, foi atrás de Denilson Lima, economista da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), que explica os efeitos do reajuste. Segundo o profissional, o aumento do salário mínimo pode sim beneficiar a economia local.
“Com o aumento, as pessoas vão gastar mais com alimentos e serviços básicos, o que acaba movimentando o comércio e ajudando a economia da cidade”, explica.
No entanto, fez questão de destacar que o acréscimo ainda é insuficiente para lidar com a inflação e o custo de vida. “O reajuste é bom, mas a inflação continua subindo. A ideia é recompor o poder de compra, mas o salário mínimo ainda está muito abaixo do que seria ideal para cobrir as necessidades básicas”, reflete.
Devido a essas questões, as pessoas que dependem exclusivamente do salário mínimo acabam tendo que fazer malabarismo para conseguir pagar as contas. Para o economista, essa realidade compromete a qualidade de vida do trabalhador.
Quem vive com o salário mínimo muitas vezes precisa escolher entre pagar a conta de energia, de água ou de comprar comida
“Quem vive com o salário mínimo muitas vezes precisa escolher entre pagar a conta de energia, de água ou de comprar comida. Isso é um reflexo direto do quanto o salário está defasado em relação ao custo de vida”, detalha o profissional.
*Sob a supervisão do editor Pedro Moraes