Os casos de violência urbana, além das ocorrências envolvendo agressão contra mulher, deixaram de ser acontecimentos pontuais e se tornaram recorrentes.
Considerado a maior festa popular de rua, o carnaval, apesar de ser um evento divertido, pode tornar as mulheres mais vulneráveis a riscos, a exemplo dos casos de assédio, crime que se torna ainda mais comum em festas populares.
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Essa alta de atentados contra o público feminino tem levado a categoria a aprender técnicas que possam ajudá-las a preservar a sua integridade física quando estiverem diante dos perigos do dia a dia.
Uma das modalidades mais procuradas tem sido o Krav Maga, técnica de defesa pessoal de origem israelense que possibilita a qualquer pessoa, independentemente do sexo, idade e porte físico, defender a sua vida.
O instrutor faixa preta e um dos coordenadores do Krav Maga na Bahia, Roque Jorge, comenta sobre esse crescimento na demanda.
“Hoje, mais de 30% do nosso público é feminino. Terríveis casos de feminicídios e abusos contra as mulheres têm feito esta busca aumentar consideravelmente. Infelizmente, as mulheres são tidas como alvos fáceis no cenário da violência. E o Krav Maga, por ser uma técnica bastante simples e eficaz, possibilita que ela tenha a capacidade de se defender. Não precisa ser forte para fazer Krav Maga, precisa ter a técnica certa e o preparo emocional para saber o momento certo de se defender”, pontuou.
Única arte reconhecida mundialmente como de defesa pessoal, o Krav Maga envolve técnicas de luta, torções, defesa contra armas de fogo, bastões, facas e golpes como socos, chutes, cotoveladas e joelhadas.
Apesar da efetividade dessa luta, o instrutor Roque Jorge destaca que, antes de colocá-las em prática, é necessário analisar os perigos.
“Primeiramente é preciso avaliar o risco da agressão e depois usar as técnicas necessárias. Agimos de acordo com o nível da agressão a qual estamos inseridos”, pontuou Roque Jorge.
Presente no Brasil há 35 anos, o Krav Maga também contribui para a condição física, aumento da autoestima e da autoconfiança.
“Mas vale ressaltar que é necessário treinar com um instrutor habilitado para que o resultado seja efetivo, porque o Krav Maga não é um esporte e sim uma modalidade de defesa pessoal, sem campeonatos ou competições, no qual o maior prêmio é a vida”, disse Grão Mestre Kobi, responsável por divulgar, ensinar e formar instrutores de Krav Magá na América do Sul.
Aulas '0800' em março
Diante do cenário violento que atinge o público feminino, a Federação Sul Americana de Krav Maga vai realizar, no mês de março, na Bahia, uma programação gratuita para mulheres. Durante esse período, elas poderão treinar gratuitamente em todas as academias licenciadas pela Federação. Entretanto, as inscrições são válidas para mulheres acima de 14 anos. Na Bahia, essas academias estão localizadas nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Lauro de Freitas e Vitória da Conquista. Para participar de qualquer uma das atividades da Federação Sul Americana de Krav Maga no Mês da Mulher, é preciso acessar o site da confederação para conferir a academia mais próxima e, em seguida, procurar a unidade para se inscrever.
Cristiane Bandeira, atualmente faixa marrom, pratica Krav Maga há 14 anos. E foi justamente para adquirir segurança e habilidades de defesa que ela deu o primeiro passo e se tornou exemplo e inspiração para outras mulheres. "Ao longo desse período, percebi que, por ser uma técnica simples, rápida e que atinge pontos sensíveis, eu poderia me defender e andar mais segura nas ruas. Acho que o fato de ser mulher torna a gente mais vulnerável a situações de violência como a doméstica, assédio. Acredito que quando a gente tem técnicas de defesa como as do Krav Maga sentimos mais segurança de que iremos conseguir nos livrar de determinadas situações", disse Cristiane.
Confira o vídeo do treino:
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