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'Inglês da Gente' - 23/03/2024, 06:30 - Silvania Nascimento

Jovens da periferia abrem as portas para o aprendizado do inglês

'Inglês da Gente' foi uma iniciativa que começou em 2020, no auge da pandemia da Covid-19

'Inglês da Gente' foi uma iniciativa que começou em 2020, no auge da pandemia da Covid-19
'Inglês da Gente' foi uma iniciativa que começou em 2020, no auge da pandemia da Covid-19 |  Foto: Arquivo Pessoal

O amor pela língua inglesa e o olhar sensível às dificuldades sociais do próximo foram o pontapé inicial para que três jovens tomassem a iniciativa de promover aulas de inglês com preços de mensalidades acessíveis.

Foi com a empatia de Sandy Janaina Bonfim, 26 anos, Daniele Amélia Lima, 23, e Luma Giovanna Barreto, 25, moradoras que nasceu o 'Inglês da Gente', curso idealizado por elas com o objetivo de proporcionar às pessoas de baixa renda a oportunidade de aprenderem um novo idioma.

A experiência que viveram em colégios públicos também foi fator determinante para ajudar as garotas a tirarem a ideia do papel. "Como mulheres periféricas, a gente sabe que o inglês não é uma realidade muito próxima de colegas, de amigos. Todas nós conseguimos entrar na universidade, que também não é o que todo mundo consegue, não necessariamente por mérito, mas por questões sociais", relatou Daniele.

Imagem ilustrativa da imagem Jovens da periferia abrem as portas para o aprendizado do inglês
Foto: Arquivo Pessoal

A iniciativa foi iniciada em 2020, no auge da pandemia da Covid-19, e, apesar do 'Inglês da Gente' já ter dado grandes passos, elas lembram que o processo de começar o projeto do zero também gerou medo e insegurança. "A gente sempre acreditou muito, mas, ao mesmo tempo, era algo muito novo. E no contexto de pandemia, a insegurança era maior. Queríamos muito que desse certo, mas, ao mesmo tempo, fazíamos piadinhas. Dizíamos que qualquer coisa a gente ia distribuir currículos. E hoje estamos aqui, tirando do Inglês da Gente nossa principal fonte de renda. Três anos de muito aprendizado", recordou Sandy.

Por terem vindo de realidades e contextos sociais difíceis, elas, que moram nos bairros do Alto do Cbrito, São Gonçalo e Acupe de Brotas, conhecem de perto todas as dificuldades que as pessoas de baixa renda passam para terem acesso a coisas básicas, por exemplo, a um curso de idioma. Ciente disso, as garotas tentam, ao máximo, buscar formas de facilitar e ajudar essas pessoas a ingressarem no Inglês da Gente para que, finalmente, possam ser inseridas numa realidade que já foi tida como distante e/ou impossível. Por esse motivo, também, que elas decidiram manter as aulas no formato online, já que muitas pessoas têm interesse em estudar, mas, na maioria das vezes, enfrentam dificuldades com deslocamento.

"Como nosso público alvo são essas pessoas das comunidades que trabalham durante o dia, a gente foca nossas turmas à noite. A ideia é dar pra elas a possibilidade de chegarem em casa, se organizarem e conseguirem estudar. Na questão do pagamento das mensalidades, damos, também, opções quando, em alguns casos, alunos falam que não podem pagar em determinada data", explicou Luma.

Dúvidas sobre preços das mensalidades, matrículas, didática e outros assuntos sobre o curso podem ser consultadas por meio do instagram (@inglesdagente).

Imagem ilustrativa da imagem Jovens da periferia abrem as portas para o aprendizado do inglês
Foto: Arquivo Pessoal

Empreendedoras ajudando outros microempreendedores

O resultado do Inglês da Gente foi muito além do esperado, além de impactar positivamente a vida de centenas de alunos que, em muitos casos, estão tendo contato com um curso de idiomas pela primeira vez, Sandy, Amélia e Luma, também tem ajudado a fortalecer a trajetória de outros microempreendedores.

"É uma coisa que a gente fica muito impressionada,Nós temos outros microempreendedores que trabalham com a gente, como um jovem designer que faz os nossos posts no instagram, uma moça que faz o design das nossas apostilas, fizemos nosso registro de marca com uma empresa que também estava começando e formada por pessoas negras. Tem sido bem legal saber que a gente pôde chegar nesse nível", disse Amélia.

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