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Acolhimento - 10/06/2025, 06:20 - Vitória Sacramento

Inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho é debatida

Encontro teve como propósito ampliar o letramento sobre diversidade sexual e de gênero

Proposta do evento também dialogou com a formação de estudantes de cursos técnicos
Proposta do evento também dialogou com a formação de estudantes de cursos técnicos |  Foto: Raphael Muller/Ag. A Tarde

Por diversas vezes, pessoas que fazem parte da comunidade LGBTQIAPN+ não conseguem se inserir no mercado de trabalho. As consequências do desemprego levam muitas delas, especialmente transexuais, a recorrer à prostituição.

Com o objetivo de fomentar discussões sobre diversidade e inclusão no ambiente profissional, a Escola Superior de Advocacia Orlando Gomes (ESA-BA), no Campo da Pólvora, em Salvador, sediou, na tarde de ontem, a mesa-redonda “Diversidade Sexual e de Gênero nas Relações de Trabalho: Letramento, Direitos, Saúde e Inclusão no Mercado de Trabalho”. A iniciativa reuniu especialistas, ativistas e estudantes para debater os desafios enfrentados por pessoas LGBTQIAPN+ no acesso e permanência no mercado formal.

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Idealizado e mediado pela advogada e professora Isabele Pereira, pós-graduada em Direito do Trabalho, o encontro teve como propósito ampliar o letramento sobre diversidade sexual e de gênero, com enfoque na promoção de ambientes laborais mais justos e acolhedores. Estiveram presentes nomes de destaque na militância LGBTQIAPN+, como Léo Kret do Brasil, Marcelo Cerqueira e Ives Bittencourt.

Imagem ilustrativa da imagem Inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho é debatida
Foto: Raphael Muller/Ag. A Tarde

“Esse evento parte de um compromisso da ESA com a transformação social. Formar é também transformar, e essa transformação passa por um direito que acolha e inclua. A casa da advocacia precisa estar aberta para a sociedade”, destacou Sara Barros Galvão, diretora-geral da ESA-BA.

Léo Kret do Brasil, mulher trans e diretora do Departamento Geral de Políticas e Promoção da Cidadania LGBTQIAPN+ da Secretaria Municipal da Reparação (SEMUR), compartilhou parte de sua trajetória durante o evento. Ela relembrou as dificuldades enfrentadas na busca por oportunidades no mercado de trabalho, marcadas por preconceito e exclusão. “A maioria de nós, quando vai em um RH, é tratada com diferença, com chacota. É um constrangimento que desanima.”

Ela também ressaltou a importância do acolhimento já no primeiro contato com candidatos trans. “Quando a pessoa chega e seu nome social não corresponde ao nome do registro, o mínimo é perguntar: ‘Como você gostaria que eu me referisse a você?’ Esse simples gesto já muda tudo.”

A proposta do evento também dialogou com a formação de estudantes de cursos técnicos como Serviços Jurídicos, Segurança do Trabalho, Administração e Logística do Centro Estadual de Educação Profissional em Gestão Severino Vieira, que compuseram o público-alvo. Para a estudante Karine Dias, de 47 anos, eventos como esse são fundamentais para romper com a invisibilidade. “A gente precisa sair da ignorância. É sobre empatia e respeito. Que no futuro, encontros como esse sejam apenas uma lembrança da luta”, disse.

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Foto: Raphael Muller/Ag. A Tarde

A mesa também contou com a participação de profissionais da saúde e do serviço social, como a psicóloga Carle Porcino, do Ambulatório de Atendimento à Pessoa Trans da Escola Bahiana de Medicina, e o assistente social Maurício Bodnachuk. O debate abordou, ainda, a importância de um acolhimento adequado e respeitoso à população LGBTQIAPN+ em ambientes institucionais.

“Empresas precisam aprender a perguntar: ‘como você gostaria de ser chamado?’. Esse simples gesto já é um acolhimento. Já é um passo contra o constrangimento que nos persegue em muitos processos seletivos”, defendeu Léo Kret.

Ao final, Léo deixou um recado à comunidade LGBTQIAPN+: “Não desistam. Se eu tivesse desistido na primeira porta que bateram na minha cara, eu não estaria aqui hoje. Cada porta fechada por preconceito virou combustível pra mim. Nunca deixem que subestimem a inteligência ou a capacidade de vocês. Lutem e corram atrás dos seus sonhos, porque se eu consegui, vocês também conseguem.”

“Transformar o mercado de trabalho começa por transformar a mentalidade das pessoas. E é isso que o direito, aliado à educação e à informação, pode fazer: abrir caminhos para uma sociedade mais plural e respeitosa”, concluiu Sara Galvão.

Imagem ilustrativa da imagem Inclusão de pessoas LGBTQIAPN+ no mercado de trabalho é debatida
Foto: Raphael Muller/Ag. A Tarde

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