Uma pescadora precisou comer peixe cru e defender o corpo do marido de urubus para sobreviver após passar uma semana à deriva no Rio Amazonas. Identificada como Maria das Graças Mota Bernardo, de 64 anos, a mulher foi resgatada nesta terça-feira (4). Ao lado dela, estava o corpo de José Nilson de Souza Bernardo, de 69, que sofreu um infarto enquanto pescava, de acordo com informações divulgadas pelo portal g1.
Nos primeiros dias, Maria comeu, além do peixe cru, farinha, conforme mencionado pela filha do casal, Cristiane Bernardo. "Como acabou, um dia ela só bebeu água. Noutro dia, ela só comeu farinha com água e tomou suco de limão puro", contou.
No terceiro dia de sobrevivência, ela encontrou um senhor, que passou pela embarcação com uma canoa motorizada, mas não recebeu ajuda do piloto. Em seguida, quando já estava à deriva, Maria das Graças bateu as panelas, com a pretensão de ser ouvida. Foi nesse momento que o corpo de José iniciou o processo de decomposição.
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"Ela disse que os urubus começaram a sentar em cima da canoa. Ela batia, ela gritava. Ela botou lençol nele. Tira a lona de cima do toldo e botou nele, porque as abelhas e os mosquitos já estavam sentando no corpo dele", acrescentou, ainda conforme a publicação.
Por fim, nesta terça, a Marinha localizou a embarcação à deriva no Rio Negro, próximo a região de Iranduba, localizada a cerca de 27 quilômetros de Manaus. Ela recebeu os primeiros socorros e atendimento e depois foi helitransportada até Manaus, onde foi encaminhada para hospital de referência da rede pública de saúde.
Agora, a mulher já recebeu alta. O corpo de José Nilton foi deslocado pelos Bombeiros ao necrotério do hospital de Novo Airão. A família tem o objetivo de transferir o corpo para Manaus, onde planeja fazer o sepultamento.
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