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Escultura no CAB - 13/11/2025, 06:00 - Silvânia Nascimento

Ialorixá diz que Pastor Isidório e autor de vídeo contra Exu vacilaram

Polêmica foi gerada após imagem ficar exposta na entrada do Centro Administrativo da Bahia

Deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante)
Deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante) |  Foto: Kayo Magalhães / Câmara dos Deputados

A atitude do deputado federal Pastor Sargento Isidório (Avante), que cobriu uma escultura ligada à imagem de Exu, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador, gerou indignação entre pessoas de religiões de matriz africana.

Nas redes sociais, o político criticou a imagem, porque a mesma mostra um homem nu com o órgão genital exposto. Contudo, em entrevista ao MASSA!, Jamile Viana, que é Ialorixá da religião de matriz africana, explicou que a estátua não tem relação com apologia sexual.

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“Aquilo ali é uma representação de que eles são reprodutores do mundo. Ali não é para fazer apologia maldosa. A versão Exu na questão que eles veem como orixá, se chama Egó, porque ele mostra ser reprodutor humano, que, sem ele, não tem a reprodução para que tenha vidas. Então, tudo é compreendido”, disse.

Ialorixá Jamile Viana
Ialorixá Jamile Viana | Foto: Arquivo pessoal

O MASSA! também conversou com o deputado Isidório e, quando questionado, se há arrependimentos sobre as declarações feitas, o deputado disse que não.

“Não me arrependo, porque agi com respeito, sem quebrar nada, sem ofender ninguém e sem impedir a liberdade de culto. Apenas manifestei minha opinião e cobri o que considerei uma exposição inadequada para aquele espaço público. Fiz de forma pacífica, com a consciência tranquila e o coração em paz”, pontuou.

Para o deputado, ele também não foi desrespeitoso nem nas palavras, nem na atitude de cobrir a imagem.

“Tenho respeito e amizade com muitas pessoas ligadas à fé de matriz africana. Inclusive, participei dessa religião há 36 anos, antes de me converter e passar a servir a Jesus Cristo. Conheço bem as tradições, os rituais e os princípios, e tenho profunda consideração por todos que professam essa fé”, declarou.

Ele também justificou a atitude. “O que critiquei não foi a religião nem o símbolo espiritual de ninguém, mas o local e a forma como aquela obra foi exposta, em uma área pública do Centro Administrativo”.

Inicialmente, a imagem foi vista por um motorista que passava pelo local. Na oportunidade, ele gravou e divulgou nas redes sociais, descrevendo a escultura como "o diabo com a caceta pra fora". “Eu, particularmente, não aceito nem a posição do rapaz que teve o tempo de fazer a volta de carro para fazer o vídeo, nem de Isidório, que saiu da casa dele, do Centro de Recuperação que ele toma conta, para ir na Paralela gravar o Exu e cobrir. Ele quis fazer um posicionamento, mas, ao mesmo tempo, foi super intolerante”, completou Jamile.

Projeto de lei contra 'cristofobia'

Em setembro deste ano, um projeto de lei que prevê o combate à 'cristofobia' foi aprovado pela Câmara Municipal de Salvador. A iniciativa, sugerida pelo vereador Cezar Leite (PL), busca garantir o respeito aos cristãos e a convivência pacífica entre diversas crenças e religiões.

“O primeiro projeto de lei contra a cristofobia no país foi aprovado aqui na Câmara de Vereadores de Salvador. Agora, vai se pagar multa, se botar roupa de Cristo, se colocar roupa de freira para ficar sambando no Carnaval, vai ter multa. E artistas também que fizerem isso não serão contratados em eventos promovidos pela Prefeitura. Nós defendemos a fé cristã”, disse o autor do projeto, na época da aprovação.

“Eu peço que todos os cristãos, seja evangélico, católico, espírita, que possam juntos nessa luta fazer com que o prefeito Bruno Reis sancione essa lei, que é muito importante para nós”, completou Cezar.

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