Se você passou a virada do ano no Réveillon Pé na Areia, em Vilas do Atlântico, Lauro de Freitas, provavelmente se impactou com as promessas de um final de ano inesquecível. Mas, na prática, não foi isso que aconteceu para quem pagou para participar do evento.
O que era para ser um momento tranquilo e animado, ao som de artistas como Escandurras, Thiago Aquino e Pagode do Segredo, transformou-se em um verdadeiro pesadelo devido às falhas na organização. Entre os problemas relatados, houve desorganização na entrada, falta de banheiros, ausência de segurança adequada e escassez de bebidas, mesmo para quem havia pago pelo open bar.
Um dos insatisfeitos foi o advogado e professor na UFBA, Henrique Quintanilha. Em entrevista ao Portal Massa!, ele relatou que esperava um "céu de brigadeiro", mas encontrou o purgatório.
“A primeira frase que pensei ao chegar no evento foi: ‘A pior festa da minha vida’. Eu digo mais: não é só o pior Réveillon, é a pior festa. Nunca fui a algo tão ruim. Não digo isso para prejudicar ninguém, apenas retrato a realidade. Tudo o que você tem visto na internet sobre as reclamações é verdade”, disparou o advogado, que pagou mais de R$ 500 no ingresso de 4º lote.
Falta de organização na entrada
Uma das principais queixas de Henrique foi a ausência de sinalização para a entrada do evento. Segundo ele, os participantes tinham que "adivinhar" por onde entrar e enfrentar longas filas antes de se deparar com novos problemas dentro do espaço.
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“Não haviam informações ou placas indicando a entrada do evento. Fiquei rodando em círculos, passando pela areia da praia inteira. Havia uma única entrada organizada, destinada apenas para quem pagou pelos bangalôs, que eram uma espécie de mesas exclusivas. Quando tentei entrar, fui barrado, mesmo sendo do camarote open bar. Colocaram a entrada do camarote junto com a pista! Nunca vi isso em nenhum Réveillon ou festa no mundo. Eram milhares de pessoas em filas desorganizadas, sem qualquer separação por setor”.
Atendimento grosseiro na segurança
Além da desorganização, o advogado relatou um episódio em que foi destratado por um dos seguranças do evento.
“Algumas pessoas do camarote estavam reclamando, e um funcionário alto, branco e grosseiro ignorava todo mundo, inclusive a mim. Quando tentei falar com ele, pedi: ‘Amigo, por favor, onde é a entrada do camarote?’. Ele ignorava. Encostei de leve no braço dele para chamar atenção, e ele gritou: ‘Me solte! Não toca em mim! Quem te autorizou?’, com muita agressividade.”
Falta de higiene no bar
Outro problema foi o serviço de bar. Henrique destacou a falta de higiene dos funcionários e as longas filas para conseguir bebidas. O perrengue foi tão grande que o advogado decidiu deixar a festa e ir para a praia.
“Os funcionários pegavam gelo com a mão, e os próprios clientes também, porque não havia outra forma. As bebidas eram quentes desde o início. Depois de muito sufoco, consegui pegar algumas doses de gin já perto da meia-noite. Não aguentei mais e decidi ir para a praia. Passar pela porta e chegar na areia foi como sair do inferno e chegar ao paraíso”.
Ações judiciais contra os responsáveis
Devido à má experiência, Henrique afirmou que está reunindo outras pessoas que, assim como ele, se sentiram lesadas e está preparando ações judiciais contra a produtora Blitz, a plataforma de vendas de ingressos Partik e outras empresas envolvidas na organização do evento.
“Vamos propor ações individuais para os consumidores prejudicados. Além disso, precisamos buscar os nomes de todas as pessoas e empresas envolvidas na organização, sejam elas formais ou laranjas. Inicialmente, sabemos que a Blitz foi a organizadora principal, enquanto a Partik é responsável pela venda dos ingressos, cobrando taxas diretamente dos consumidores”.
O Portal Massa! entrou em contato com a Blitz, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestação.