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Chegou ao fim - 11/08/2025, 07:10 - Vitória Sacramento*

Flipelô se despede com tributo a Jorge Amado no Centro Histórico

11ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho fechou com chave de ouro neste domingo (10)

Bombou a 11ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho
Bombou a 11ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho |  Foto: Raphael Muller / AG. A TARDE

A 11ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (FLIPELÔ) chegou ao fim, neste domingo (10), com o Largo do Pelourinho lotado para a apresentação da Orquestra Afrosinfônica, que emocionou o público com o espetáculo “O tom da ancestralidade – Um tributo a Jorge Amado”.

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Entre os dias 6 e 10 de agosto, mais de 100 atividades gratuitas reuniram autores nacionais e internacionais em espaços do Centro Histórico de Salvador. O evento, organizado pela Fundação Casa de Jorge Amado, celebrou a literatura e movimentou a economia local, impulsionando o comércio e o turismo. Na edição anterior, mais de 250 mil pessoas participaram dos cinco dias de programação, número que reforça o impacto cultural e econômico da festa.

O homenageado deste ano foi o escritor e dramaturgo baiano Dias Gomes, autor de clássicos como O Pagador de Promessas e O Bem-Amado. Sua obra, marcada pela crítica social e pelo engajamento político, foi lembrada em debates, saraus e apresentações teatrais.

Além de nomes consagrados, a FLIPELÔ deu visibilidade a novos autores. Para Ivonete Santos, escritora estreante no evento, a experiência foi transformadora: “Eu nunca imaginei, com o meu primeiro livro, ter essa visibilidade. O contato direto com o público é mágico, é diferente de vender pela internet. É troca, é afeto”.

Nilton Milanez, coordenador do Clube de Leitores LGBTI Independente da Bahia, ressaltou o caráter plural do encontro: “Aqui, no mesmo espaço, você encontra um autor famoso da Companhia das Letras e alguém que está lançando seu primeiro livro. Isso é um grande mérito da FLIPELÔ: agregar experiências e pessoas diferentes. O que fica são as amizades, as conversas e a certeza de voltar no ano que vem”.

Para a curitibana Oksana Pohlod, que atravessou o país para lançar seu livro Pedaços Íntimos de uma Ferida Crua, o saldo foi de gratidão: “Mesmo quem não comprou o livro se interessou, fez perguntas, quis saber da história. O que me marcou foi ver adolescentes vibrando diante dos livros. Isso renova a esperança”.

O público também veio de fora do Brasil. Os argentinos Florencia e Mateo Sosa estavam em Salvador pela primeira vez e aproveitaram para visitar o evento. “Vimos o Pelourinho cheio de música, livros e arte. Foi uma surpresa maravilhosa. Voltaremos com certeza”, disse Florencia, animada com a energia do centro histórico.

No domingo de encerramento, a festa se misturou com o Dia dos Pais. José Raimundo, morador de Lauro de Freitas, decidiu levar o filho Levi Mauro para a festa. “Quis comemorar de um jeito diferente, mostrar para ele que cultura também é presente. Andamos pelas ladeiras, vimos shows, compramos livros. Foi o melhor Dia dos Pais que já tive”.

A programação variada incluiu palestras, recitais, lançamentos, espetáculos, roteiros gastronômicos e museológicos, oficinas, exposições e ações de sustentabilidade. O transporte gratuito em vans credenciadas fazendo o percurso Estação Campo da Pólvora X Pelourinho, facilitou o acesso e reforçou o compromisso de democratizar a participação.

Encerrando mais uma edição de sucesso, a FLIPELÔ vai deixar saudades. Como resumiu o expositor e professor da UNEB Suênio Campos : “O Pelourinho deixa saudade, mas a certeza de que no ano que vem estaremos de volta é o que nos consola”.

*Sob a supervisão da editora Kenna Martins

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