
O município baiano de Cachoeira vai transbordar de literatura nos próximos dias. A 13ª edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica) começou hoje e se estende até o domingo (26). A programação do evento conta lançamento de livros, oficinas, rodas de conversa, peças teatrais e muito mais. Dentre os convidados deste ano, se destacam nomes como Russo Passapusso, Leozito Rocha, Paula Pimenta, Rita Batista, Tia Má e Ricardo Ishmael.
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A abertura da festa aconteceu às 9h, no espaço Tenda Paraguaçu. A edição desse ano contou com o tema "Ler é massa!", que enfatiza o poder da literatura na comunicação. "Nós tentamos trazer esse tema para que as pessoas entendam que a leitura faz parte de todo nosso convívio, a leitura é a maior ferramenta de comunicação de todos nós", afirmou George Lessa, representante da Schommer Produções, empresa responsável pela realização da Flica, em entrevista ao MASSA!.

Para qualquer um que fosse curtir a festa, era notável a quantidade de jovens presentes. Um dos objetivos do evento é justamente o fomento da leitura entre os mais novos. "Nosso objetivo foi montar mesas e atividades para que a juventude consiga se enxergar nesse meio literário, para que possamos estar inspirando novos escritores", acrescentou.
George também destacou que um dos obstáculos enfrentados pela literatura é o convívio saudável com o mundo digital. Para ele, a Flica é uma forma de resgatar o interesse do público em livros. "Acho que o grande desafio hoje da literatura e da leitura é justamente trazer de volta as pessoas para esse meio e acho que a Flica é um canal para isso", pontuou.
O evento conta com 10 espaços diferentes, abrangendo públicos de diferentes idades. "Pensamos que seria possível construir uma programação mais diversa, mais coletiva, de modo que diferentes pessoas, pertencentes à diferentes nichos, pudessem ter acesso a uma vastidão de conteúdo", disse Wesley Correia, responsável pela curadoria da programação da Tenda Paraguaçu.

Recôncavo é potência
Nascido em Cruz das Almas, Wesley cultiva uma relação de afeto com o Recôncavo Baiano. Veterano na Flica, ele não esconde a alegria de fazer parte da curadoria do evento. "O convite me encheu de alegria, porque eu sou expectador da Flica desde o início. Já participei como autor, coautor, mediador e hoje estou assinando a programação", relembrou.
Sendo o maior evento literário do Nordeste, a Flica é uma prova do poder transformador da leitura. O autor destacou a importância de um evento literário para a comunidade de Cachoeira. "Qualquer evento que se disponha a oferecer mais espaço de cultura, educação, informação e formação de novos públicos leitores é sinal de que a gente pode ter uma sociedade mais justa", pontuou.
A Feira reuniu não só o público de Cachoeira, mas também atraiu pessoas de outros cantos da Bahia. Moradora de Cruz das Almas, a professora de educação infantil Virginia França curtiu a festa pela primeira vez ao lado dos alunos. "Trouxe eles para conhecer cultura, porque cultura nunca é demais, faz bem para a alma, saúde e para mente. Conhecimento é a melhor coisa que existe na vida", explicou.

Dando aula há 14 anos, a professora destacou os efeitos que uma experiência como a Flica tem na vida dos pequenos. Para ela, esse tipo de evento é algo que todo professor deve frequentar com seus alunos. "Quando a gente lê um livro, viajamos sem sair do lugar e isso é maravilhoso. Tenho certeza que eles vão sair daqui muito ricos de conhecimento", garantiu.