Transformando e impactando positivamente a vida de centenas de pessoas na região da Suburbana, em Salvador, há cerca de três anos , a Biblioteca Social Afro-indígena Meninas do Subúrbio, localizada em Alto de Coutos, realizará, entre os dias 20 e 23 de novembro, a segunda edição da Festa Literária Escolar do Subúrbio Ferroviário (FLESF). Durante esse período, escolas públicas de Ilha de Maré e da Suburbana receberão ações como saraus, oficinas, contações de histórias, shows de rap e palestras ministradas por escritores
O projeto, que é totalmente gratuito e sobrevive sem a ajuda de órgãos públicos e instituições privados, é realizado pela professora Dejanira Rainha, em parceria com o Sarau do Agdá, idealizado pela poetisa Jovina Souza, com o objetivo de divulgar a literatura negra, em especial a poesia, e reforçar a luta antirracista.
"Criamos esse trabalho com a ideia de mobilizar a comunidade periférica para que pudéssemos trazer essa cultura literária, a cultura dos livros, para mais perto das escolas. Então, como Jovina já tem um trabalho em escolas fazendo esse processo de educação antirracista, de educação para valorização do povo negro, ela me sugeriu que nós fizéssemos a Flesf. No ano foi a primeira FLESF, que foi um sucesso, porque muitas pessoas se aliaram ao nosso projeto, porque é um projeto que não tem fins lucrativos", pontuou Dejanira em entrevista ao MASSA!.
Depois do sucesso da edição de 2023, as organizadoras do festival têm buscado mobilizar a população do Subúrbio Ferroviário e de outras localidades da capital baiana para contribuir com doações de lanches, alimentos ou quantia em dinheiro para auxiliar nas despesas com as crianças e adolescentes envolvidas no evento, que este ano, tem como tema: Subúrbio: Território de Mar onde toda mãe é marisqueira.
“As doações em quantia podem ser feitas pela chave pix 90380878534”, declarou Dejanira.
Marisqueiras serão homenageadas
Se na edição de 2023 o evento homenageou o extinto trem do Subúrbio Ferroviário, este ano, as homenagens da festa serão destinadas às marisqueiras. “Na edição de 2024 estamos homenageando as marisqueiras que fazem parte, não só da minha história, mas da história de muitas outras pessoas que passaram por esse processo de ir à praia para mariscar e, a partir disso, levar o almoço pra casa. E têm outras mulheres que transformaram essa prática em um ofício de trabalho, né? Então, foi a partir da questão do sustento que as marisqueiras passaram a ser, também, trabalhadoras", explicou Dejanira, acrescentando que sua mãe já fez parte dessa categoria e, por causa disso, sabe da importância das marisqueiras.