
A Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO) deu início à campanha nacional #EuVejoVocê – Pelo fim da violência contra a mulher em todas as fases da vida.
A iniciativa, em parceria com as Sociedades Estaduais de Ginecologia e Obstetrícia, tem o objetivo de ampliar o debate sobre a violência de gênero e implementar ações que contribuam para a sua redução.
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A campanha pretende sensibilizar a sociedade e fortalecer a atuação dos profissionais da saúde no acolhimento das vítimas. Para isso, a FEBRASGO organizará encontros entre especialistas, além da produção de conteúdos educativos voltados à conscientização e à promoção de relacionamentos saudáveis e respeitosos em todas as unidades federativas.
“A campanha começou em 8 de março e será permanente, foi um começo para que a mulher saiba que em qualquer consultório ou ambulatório onde tiver um ginecologista ou um obstetra que esteja na FEBRASGO, terá orientação, educação e articulação com o poder público para garantir o acolhimento às vítimas de violência de qualquer tipo ”, disse a médica ginecologista Maria Auxiliadora Budib, vice-presidente da FEBRASGO pela região Centro Oeste.
A médica destacou o cenário em que as mulheres vivem ao longo de toda a vida e das múltiplas violências às quais são submetidas desde crianças. Para ela, é fundamental que os médicos tenham um olhar atento a isso. “Queremos formar médicos melhores para a sociedade”, disse.

Profissionais afetadas
Além de discutir a violência que atinge mulheres em diferentes fases da vida, a campanha também alerta para um problema frequentemente invisibilizado: a violência contra médicas. Maria Auxiliadora Budib, destaca que a violência de gênero afeta também as profissionais de saúde e é um assunto que precisa ser debatido.
"O machismo estrutural também atinge a mulher médica, porque faz enxergar o homem como chefe e a mulher em um estágio inferior. Assim, as médicas sofrem assédio sexual e psicológico no exercício da profissão, repetindo o problema vivido pela sociedade. A médica chefe de plantão ou de equipe sofre violência no dia a dia e, como em outras profissões, recebe um salário menor que o dos homens", disse.
"Acontece que tudo é imputado à mulher, porque ela trabalha, mas precisa trabalhar menos para dar conta dos filhos. O que aconteceu foi que a mulher saiu para trabalhar, mas o homem não divide as tarefas de casa".