
Quase 50% dos jovens com idades entre 18 e 24 anos não fazem nenhum tipo de controle financeiro, segundo levantamento Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Os dados apontam, também, que a Geração Z, embora seja conectada com a tecnologia, enfrenta sérias dificuldades para gerenciar seus custos e despesas.
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As compras desenfreadas, a falta de organização financeira e de planejamento com o futuro têm afetado 47% desse público que, segundo especialistas, pouco tem se preocupado com o futuro. Para o mentor de empresários, André Minucci, a raiz do problema está na falta de preparo emocional e na ausência de uma educação financeira consistente desde cedo.
“A geração da informação ainda não aprendeu a lidar com dinheiro e, principalmente, com as próprias emoções. Eles têm acesso a tudo, mas não foram treinados para lidar com frustração, desejo e imediatismo. E isso reflete diretamente nas finanças”, alerta Minucci.
Inteligência emocional
Ainda segundo Minucci, o treinamento de inteligência emocional é fundamental nesse processo para que o comportamento financeiro não fique refém dos impulsos, da ansiedade e da busca constante por prazer imediato. “Sem controle emocional, os impulsos dominam e as finanças saem do controle. Por isso, investir em treinamento de inteligência emocional é tão importante quanto aprender a montar uma planilha ou fazer investimentos. É educar a mente e o bolso para prosperar de forma sustentável”, reforça o mentor.
Dentre os comportamentos mais comuns que afetam diretamente as finanças desse público estão as compras por impulso, o uso sem controle de cartões de crédito, gastos excessivos com delivery, moda, tecnologia e lazer. Em entrevista ao Massa!, o educador financeiro do Sicoob, Ângelo Oliveira, pontuou que, para ele, o equilíbrio é uma das melhores estratégias para iniciar o processo de educação.
Foco no propósito
"A gente é bombardeado diariamente com promoções, seja internet, seja presencialmente, mas o que eu acredito que a gente consiga fazer nesse sentido é, justamente, tentar não esperar, que venha um tempo bom para a gente poder fazer um investimento. O que eu quero dizer com isso é que, grande parte da população, hoje, está endividada. Não precisa deixar de consumir, mas, reduzir um pouco e tentar pensar um pouco mais no longo prazo, em fazer um investimento em fazer um acúmulo de patrimônio", alertou.
Angelo aconselha, também, a traçar metas e objetivos como estratégia para evitar gastos desnecessários. "Quando você passa a visualizar o objetivo mais concreto, o foco ele melhora muito. A pessoa passa a ter uma motivação maior para fazer esse tipo de investimento, esse tipo de sacrifício porque consegue enxergar aquele sonho ser realizado lá na frente. Com o propósito fica muito mais fácil reservar um valor e fazer investimento".