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'Paulinha Lins' - 17/11/2023, 21:24 - Da Redação

Ex-travesti, pastor baiano sofre represália: “Tentam me humilhar"

Clécio Gomes, de 47 anos, chegou a retornar ao trabalho de profissional do sexo e ficava na orla de Salvador

Em Santa Catarina, conseguiu trabalho em um bordel, mas decidiu trabalhar de faxineiro
Em Santa Catarina, conseguiu trabalho em um bordel, mas decidiu trabalhar de faxineiro |  Foto: Reprodução / Arquivo Pessoal

O pastor Clécio Gomes, 47 anos, antes uma travesti conhecida como Paulinha Lins, de Conceição do Coité, na Bahia, sofre represálias desde que decidiu deixar a identidade feminina para se dedicar à vida religiosa.

Segundo Clécio, uma pastora da sua cidade natal foi até o bordel e convenceu ele a deixar o local. Após virar pastor, ele relata que enfrenta críticas e humilhações por parte de alguns membros da comunidade religiosa, inclusive de outros pastores.

“Os próprios pastores dizem 'como os cristãos vão na igreja do travesti ou viado'! Tentam me humilhar para me fazerem desistir da minha missão, mas se nem Deus agradou todo mundo, quem dirá eu!”, lamentou.

Anteriormente, ele tinha retornado ao trabalho de profissional do sexo e ficava na orla de Salvador. “Todos ficaram sabendo. Tentei voltar para igreja, mas estava em uma batalha interna e com medo do que iria acontecer, pois, quem faz programa tem dificuldades para arrumar emprego”, contou ao Caldeirão do Paulão.

Em Santa Catarina, conseguiu trabalho em um bordel, mas decidiu trabalhar de faxineiro. “Minha cabeça estava a mil e não era aquilo que eu queria. Tentei fazer os programas nessa casa de prostituição, mas, não consegui. Estava em um turbilhão de sentimentos e aliava o trabalho com o uso excessivo de cocaína”.

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