O Arquivo Público do Estado da Bahia (APEB) foi palco para mais uma edição do “Sarau do Agdá” nesta sexta-feira (22), o evento foi promovido pela Fundação Pedro Calmon (FPC) e foi realizado em alusão ao mês da mulher, com enfoque na literatura feminina negra.
O sarau foi idealizado por Jovina Souza, mestra em Teoria e Crítica da Cultura e da Literatura e escritora, possui sete anos de existência e em outras edições já recebeu poetas da Colômbia, Angola, São Tomé e Príncipe, Moçambique e Guiné Bissau, sempre mantendo seu maior princípio: a luta antirracista.
O evento já aconteceu no APEB três vezes, mas não tem um lugar fixo. “A potência do ‘Sarau do Agdá’ são os poetas, seus textos, suas memórias e suas visões de mundo. Não é o lugar, e sim, as vozes dos seus participantes”, afirma Jovina.
A poesia se encontra com a resistência nesse sarau, que se torna palco para que vozes silenciadas tenham espaço e lugar para se expressarem. “A poesia é um espaço em que eu me sinto livre de qualquer tipo de opressão e posso me expressar do jeito que eu quiser”, conta a poeta.
E por mais que ela utilize a literatura como modo de expressão, afirma que no sarau não gosta muito de declamar, prefere que os outros tenham espaço: “Quero que as pessoas se levantem, peguem no microfone e se pronunciem”.
O Arquivo Público do Estado da Bahia é um dos mais importantes do país e também um espaço em que o passado e a atualidade se encontram. Segundo o Diretor do APEB, Jorge da Cruz Vieira, o arquivo possui muitas das respostas que a nossa civilização apresenta nos dias de hoje.
“Esse evento compõe uma das estratégias dessa direção de popularizar o APEB [...] O arquivo prova para a sociedade baiana o que nós fomos, o que nós somos e aonde nós podemos chegar”, completa Jorge.
A edição do sarau especial para mulheres contou com as poetas convidadas: Anajara Tavares; Benilda Amorim; Dejanira Rainha; Dona Elcy; Italva Cruz; Jeane Sanchez; Margareth Carvalho; Negra Luz; Neide Vieira; Oganizia Maria; Radi Oliveira; Rosana Paulo; Sandra Liss; e Tatiana Deiró. Ele é aberto ao público e já tem uma próxima edição marcada, dia 12/04, às 18h na Casa de Angola.