A irmã de Andrei Peroba, que perdeu o braço no desabamento do parque de Cajazeiras na quinta (15), fez um relato sobre o momento de tensão que com o irmão. Andréia Peroba estava junto com ele e uma prima mais nova no momento em que o brinquedo desabou.
A reportagem do Portal MASSA! entrou em contato com do representante do brinquedo e aguarda posicionamento. Parque e brinquedo são de proprietários diferentes.
Em entrevista à TV Bahia, Andréia disse que ele ficou "preso mais em cima" do equipamento, e que não conseguiu ajudá-lo a sair das ferragens. Emocionada, ela disse que se sentiu "desesperada".
"Eu queria ajudar ele, mas eu não consegui, eu não podia fazer nada. Eu consegui sair sozinha, mas ele acabou ficando preso porque ficou mais para baixo, enquanto eu e minha prima ficamos mais um pouquinho para cima, então deu para nós duas sairmos. Só que ele ficou preso e eu vendo naquela situação, fiquei desesperada", lamentou Andréia.
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Ainda de acordo com a irmã da vítima, ela não soube com antecedência das falhas que o brinquedo já apresentava antes de andar nele. Ela diz que "nunca iria" se já tivesse conhecimento do estado do equipamento.
"Não. Depois do que aconteceu eu vi algumas pessoas falando que entraram antes da gente, que o brinquedo tinha ficado parado em cima e que até reclamaram com o dono do brinquedo que estava lá, que estava na manutenção, que ela tinha avisado se já tinha feito alguma análise no brinquedo. Só que eu não tinha escutado isso, se eu tivesse escutado nunca iria", declarou.
O acidente
Andrei Peroba ficou com o braço preso nas ferragens do “Intoxx”, uma das atrações mais procuradas pelo público do parque, que estava montado no campo da Pronaica, em Cajazeiras 10. Ele teve uma fratura exposta e precisou ser levado às pressas para o Hospital Geral do Estado (HGE), após ter sido removido do local do acidente pelo Corpo de Bombeiros. O jovem de 20 anos precisou amputar o braço, mas o quadro de saúde dele é estável. A irmã dele, de 17 anos, teve ferimentos leves no rosto.
O que dizem as autoridades
A Polícia Civil (PC) informou que o caso foi registrado como "lesão corporal de natureza grave e se resulta em perda ou inutilização do membro". Em nota, a PC também declarou que as oitivas de representantes do parque de diversões já foram agendadas e o equipamento deve ser periciado, para esclarecer as causas do acidente.
Por meio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), a prefeitura informou que o parque de diversões já havia sido interditado no mês de janeiro deste ano, por iniciar as atividades sem autorização. Após isso, eles teriam apresentado a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) dos equipamentos e do Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros (AVCB) e conseguido um alvará de funcionamento emitido pela Central Integrada de Licenciamento de Eventos (CLE).
A Defesa Civil de Salvador (Codesal) esteve no local para realizar inspeção no equipamento. De acordo com órgão, os responsáveis foram notificados e o parque embargado até apresentação de laudo técnico, a ser realizado por profissional habilitado, sobre as condições dos equipamentos ali instalados.