
Um universitário que se apresentou como José Airton é acusado de assediar quatro depiladoras em Quixadá, interior do Caerá. Os assédios teriam ocorrido no momento do atendimento. Além disso, o suspeito teria importunado as profissionais por meio de mensagens no WhatsApp, ele chegou até a enviar imagens íntimas.
Segundo relatos apurados pelo G1, três delas atenderam o suspeito e foram importunadas no trabalho. A quarta pessoa disse ter recebido fotos do pênis dele pelo WhatsApp. Das quatro, apenas uma registrou boletim de ocorrência.
Leia Também:
Em uma das mensagens, o homem comenta que não consegue se controlar durante a depilação e que acaba ejaculando.
De acordo com a Polícia Civil do Ceará, um caso de importunação sexual ocorrido em ambiente virtual na segunda-feira (10), está sendo investigado. A vítima recebeu imagens do suspeito nu por WhatsApp, além de mensagens obscenas. O caso está sendo apurado pela Delegacia de Defesa da Mulher de Quixadá. Até o momento, não houve denúncia formal dos outros casos.
Vítimas
Tayna Ribeiro é uma das mulheres supostamente assediadas pelo universitário. Ela explicou que, no início de fevereiro, ele entrou em contato com ela para marcar uma sessão de depilação íntima. A profissional, no entanto, não faz depilação íntima masculina, somente em outras partes do corpo. "Mandei a tabela de serviços para ele e tem o (serviço) de perna completa. Então, ele perguntou até onde ia essa perna completa, e eu já estranhei."
O atendimento foi marcado para o dia 13 de fevereiro. Quando ele chegou, Tayná percebeu que ele estava ereto. Ela teria pedido para ele vir de sunga, mas ele chegou vestindo cueca folgada. Segundo Tayna, ele puxou conversas obscenas durante toda a depilação, e também perguntava se a profissional estava sozinha em casa e se era casada.
"Durante todo o procedimento, ele ficava tocando no assunto da ereção dele, que ele não conseguia controlar, que era muito incômodo quando ele ia fazer o íntimo por conta que ficava 'melando'. Era a palavra que ele falava. Eu percebi que ele ficava tocando na região íntima dele, mas não era se masturbando. Ele estava querendo tirar o pênis para fora. (Em certo momento), me virei para pegar a cera e, quando voltei, ele estava sem a toalha e com o pênis pra fora. Fiquei sem chão, eu não sabia o que fazer".
Outra moça que também foi vítima dele preferiu não se identificar, mas contou que também recebeu contato dele pedindo para marcar uma sessão de depilação íntima.
Esta profissional não atende o público masculino, mas disse que ele chegou a insistir e enviou uma foto de seu pênis para ela com a desculpa de que outra profissional havia machucada sua virilha durante a depilação.
Suspeito
Em nota, o suspeito José Airton se defendeu e disse que sempre teve um comportamento pautado pelo respeito e pela dignidade das pessoas ao meu redor.
"Em nenhum momento, de forma consciente ou intencional, agi de maneira que pudesse causar qualquer tipo de desconforto ou sofrimento a qualquer indivíduo. Entendo a seriedade das acusações e o impacto que um caso como esse pode gerar tanto para a vítima quanto para a sociedade como um todo. Reforço que estou colaborando com as investigações para que a verdade dos fatos seja completamente esclarecida. Confio plenamente no sistema de justiça e estou à disposição para que todos os desdobramentos sejam tratados de forma justa e transparente".