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Cultura - 27/11/2024, 06:00 - Amanda Souza

Especialistas e artistas discutem trajetória da música negra na Bahia

Entre os participantes da mesa estava o cantor e compositor Tonho Matéria

Encontro ocorreu na sede da ALB
Encontro ocorreu na sede da ALB |  Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

A Academia de Letras da Bahia (ALB) abriu as portas do Palacete Góes Calmon, em Nazaré, nesta terça-feira (26), para um momento inédito em seus mais de 100 anos de existência. A instituição realizou o seminário “Dos blocos dos povos indígenas ao samba reggae”, um evento que integrou as celebrações do seu primeiro Novembro Negro, em parceria com o Instituto Reparação.

A programação reuniu especialistas e artistas para discutir a trajetória da música negra na Bahia, desde os blocos indígenas até o surgimento do samba reggae.

Entre os participantes da mesa estava o cantor e compositor Tonho Matéria, que celebrou o marco histórico desse movimento. “São anos de evolução, de revolução, de questionamentos, de buscas constantes, de poéticas, e hoje a gente chega a esse espaço da Academia de Letras da Bahia. [...] A gente fez a nossa narrativa, e a Academia entendeu que realmente o popular é que é o dono da razão”, disse o artista.

Tonho Matéria esteve presente
Tonho Matéria esteve presente | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

O presidente da ALB, o antropólogo Ordep Serra, destacou a responsabilidade da instituição com a inclusão. “É o primeiro Novembro Negro na Academia. [...] Nós não podemos ignorar a importância do povo negro da Bahia, de Salvador e do Brasil inteiro. [...] Ou se é antirracista, ou se é racista. Então, a Academia de Letras tem que tomar uma posição”, garantiu.

Antropólogo Ordep Serra
Antropólogo Ordep Serra | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

Outro momento significativo foi a entrega do busto da heroína Maria Felipa, produzido pelo escultor Celso Cunha. A homenagem à líder histórica da resistência baiana na luta contra as tropas portuguesas durante a Independência do Brasil na Bahia reforçou o compromisso da ALB com a valorização de figuras negras. Celso Cunha destacou o peso da entrega. “Me senti muito honrado nesse momento [...] Conscientizar e informar as pessoas da importância da existência dessa personagem histórica é essencial”.

Busto da heroína Maria Felipa
Busto da heroína Maria Felipa | Foto: Uendel Galter/Ag. A Tarde

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