Em alusão ao Dia do Bibliotecário, comemorado em 12 de março, a Fundação Pedro Calmon (FPC) promoveu, ontem, um evento gratuito na Biblioteca Central do Estado da Bahia com mesas-redondas, intervenções musicais, stands e oficinas durante todo o dia.
A Fundação, unidade responsável pelo sistema de Arquivos e Bibliotecas Públicas do estado da Bahia, escolheu o tema “Igualdade racial nas bibliotecas: diálogos sobre povos negros, originários e tradicionais em equipamentos culturais” para o evento e deixou margem para um debate não só sobre letramento racial e livros, mas sobre a importância do bibliotecário nesse meio.
“Com esse tema, trazemos uma das nossas principais missões: através dos livros, leitura e conhecimento promover a cidadania e equidade entre todos na sociedade baiana”, explica o diretor-geral da FPC, Vladimir Pinheiro.
Quem esteve presente em uma das mesas foi a diretora de Bibliotecas Públicas do Estado da Bahia, Tamires Neves, que pontuou os desafios dos equipamentos.
“O principal desafio da biblioteca é se entender enquanto equipamento cultural e promover nesses espaços diálogos com a comunidade, proporcionar para ela esse olhar crítico, reflexões e, principalmente para o jovem, fazer com que ele entenda o contexto social em que vive”, destacou.
Além das mesas com temáticas voltadas para a importância do profissional bibliotecário, a programação contou com intervenções musicais e os lançamentos dos livros “Barriga Suja”, de Isabel Souza, “Mulher Preta na Política”, de Olívia Santana, e “Epistemologia Social Feminista Negra”, de Leyde Klebia.
Durante todo o dia, a comemoração recebeu mais de 200 visitantes. “Percebemos que quando voltamos a fazer festas e eventos literários pós-pandemia, houve uma receptividade das pessoas. Elas gostam de ter esse diálogo, essa troca”, pontuou Tamires.
Conhecida como Biblioteca Pública dos Barris, o espaço já foi palco de diversos eventos culturais, como a OSBArris e a ocupação do Bazá Rozê e abriga um acervo diverso, desde obras raras, literatura baiana e até mesmo o setor braille - um dos principais entre bibliotecas públicas do Brasil.
Segundo Ingrid Paixão, Gerente do Sistema de Bibliotecas Públicas, a inclusão é para todos. “A biblioteca já foi aquele local elitista, em que parte da população tinha acesso e apenas os livros físicos eram utilizados, hoje expandimos esse olhar e compreendemos a dinamicidade da biblioteca como um setor cultural que agrega”, afirma.