
Bebida presente diariamente na rotina do trabalhador brasileiro, o café moído deu uma diminuída no preço em julho, depois de passar 18 meses tendo aumentos sequenciais. Segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o produto caiu 1,01% no mês passado.
Leia Também:
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em julho. Nesse mês, o café teve queda de preço, mas ainda acumula um grande aumento: 41,46% em 2024 e 70,51% nos últimos 12 meses. Em um ano e meio, o valor quase dobrou, subindo 99,46%.
Peso na inflação
Mesmo com a recente queda, o café continua entre os itens que mais puxaram a inflação. Ele foi o segundo maior impacto no IPCA acumulado, responsável por 0,30 ponto percentual dos 5,23% registrados. O primeiro lugar ficou com as carnes, que subiram 23,34% e responderam por 0,54 ponto percentual.
Motivo da queda agora
Segundo Fernando Gonçalves, do IBGE, a redução em julho está ligada à safra, que aumentou a oferta no mercado. Ele explicou que ainda não há relação com a nova tarifa dos Estados Unidos, que só começou a valer em 6 de agosto, cobrando 50% a mais sobre importações, inclusive de café.
Para os próximos meses, o tarifaço pode influenciar o mercado. Como o café brasileiro ficará mais caro nos EUA, a demanda externa pode cair. Isso faria sobrar mais produto no Brasil, ajudando a reduzir ainda mais os preços por aqui.
Por que o café subiu tanto antes?
A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) explica que, nos últimos 18 meses, a alta foi causada por problemas climáticos que afetaram a produção e pelo crescimento do consumo mundial, especialmente na China.