
A moda que nasce nas periferias está ganhando o mundo, e a Expo Favela Salvador foi a prova viva disso. Neste sábado (25), a Fábrica Cultural, no bairro da Ribeira, se transformou em uma grande passarela para discutir estilo, identidade e negócios que brotam da quebrada e alcançam as vitrines globais.
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O bate-papo contou com nomes de peso: Pablo Santos, CEO da marca BlackPin; Lourrani Baas, CEO da Liga Transforma; e Negra Lu, criadora da marca que leva seu nome. A mediação ficou por conta da jornalista Analu Ribeiro, formada pela UFBA, que destacou como a moda é uma poderosa forma de comunicação e resistência vinda da favela.
“Quando a gente pensa em construção de marca, fala muito de como se mostra para o mundo. E a moda faz exatamente isso — ela imprime quem você é”, pontuou Analu.
Para ela, o jeito de se vestir é também uma forma de ocupar espaços: “A gente, vindo da periferia, tem entendido que olhar pra moda precisa ser prioridade. Claro que é importante estudar, estar antenado, mas também é preciso pensar em como a gente se veste. Isso é comunicação”, completou.
Da periferia estão saindo grandes nomes que pensam moda com ancestralidade, diversidade e propósito — uma moda de referência, e não apenas aquela que segue o padrão imposto por muito tempo
Empreendedora autônoma Maria Cristina

Da quebrada para o mundo: marcas que nasceram nas periferias de Salvador
Salvador tem visto crescer um movimento potente de marcas que nasceram nas comunidades e hoje conquistam o cenário nacional. Um exemplo é a Dendezeiro, criada na Cidade Baixa, que já brilhou nas passarelas do São Paulo Fashion Week (SPFW) e firmou parcerias com gigantes como C&A e Converse.
Outra referência é a Salcity, marca fundada em 2021 no bairro de Pernambués. Com foco no estilo de rua e na valorização da vivência soteropolitana, o grupo lançou recentemente a coleção “Pernambucity”, uma homenagem ao bairro que vai além das estatísticas de violência.
“Dentro de todo o panorama de limitação e falta de perspectiva que uma grande parcela da periferia vive, se fazem jovens resilientes, fortes, criativos e determinados, que acreditam que a arte pode mudar tudo”, afirma a marca.
Artesanato e estilo na Expo Favela
Na 3ª edição do evento, empreendedores de várias partes de Salvador apresentaram suas criações autorais, com peças artesanais, roupas personalizadas e muita originalidade. A Expo Favela reforça que a moda periférica não é só tendência — é identidade, é resistência e é arte viva.
A entrada é gratuita, e os ingressos seguem disponíveis na plataforma Sympla.
