Equipes da Defesa Civil de Salvador (Codesal) e da Polícia Técnica compareceram ao Edifício Alto do Politeama, situado nos Barris, na manhã desta segunda-feira (8), para inspecionar o prédio. A vistoria ocorreu devido ao desabamento parcial da estrutura da garagem causado pelas chuvas recentes que afetaram a capital baiana.
Segundo José Carlos Palmas, engenheiro da Codesal, os órgãos competentes realizaram uma avaliação e não identificaram danos estruturais graves. Portanto, foi autorizada a entrada de até três pessoas por apartamento para recuperar documentos e pertences pessoais.
"Os próximos passos são o estudo de sondagem nas fundações para verificar o nível de profundidade, e drenagem para evitar que água desça (isso hoje). Só depois da drenagem vão retirar os carros", explicou Palmas ao Portal A Tarde.
Síndico do condomínio, Fábio Souto acompanhou os técnicos durante a vistoria e também detalhou os novos passos.
"A gente vai organizar com as famílias para retirada dos pertences de maior valor, que foi aí a orientação do pessoal da Codesal. Uma família por vez. Eles falaram que vão fazer uma nova avaliação para saber quando tirar os móveis", disse Fábio.
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Solidariedade
Durante o desabamento, uma pessoa chegou a ficar ferida após cair na cratera. O resgate, inclusive, foi realizado pelo próprio síndico. "A gente pediu ajuda dos bombeiros. Eles afirmaram que tinha que pegar um material no caminhão e eu falei que não dava tempo, que qualquer segundo era uma perda. Meu carro não tinha caído, então peguei duas cordas que estavam no fundo do meu carro, amarrei uma na minha cintura, outra pedi pra ele se amarrar e fui puxando ele".
Após as 14 famílias ficarem desalojadas, a moradora de um prédio vizinho, Monique Paes Coelho, colocou as pessoas em sua residência, fornecendo abrigo e alimentação. Fábio agradeceu pelo gesto.
"O prédio aqui é de idosos, crianças e todos sem suporte nenhum. Graças a essa vizinha que forneceu abrigo para gente, comida durante a madrugada. Uma viatura ficou dando suporte lá em baixo, mas como tinha nossos pertences, a gente tinha que ficar perto (do prédio)", completou o síndico.