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Entrevista - 29/02/2024, 11:51 - João Grassi - Atualizado em 07/03/2024, 08:32

Codesal cita ocorrências de risco e critica construções irregulares

Diretor Sosthenes Macêdo conversou com o Portal MASSA! sobre situação das chuvas

Sosthenes Macêdo, diretor geral da Codesal
Sosthenes Macêdo, diretor geral da Codesal |  Foto: Shirley Stolze | Ag. A TARDE

O trabalho da Defesa Civil de Salvador (Codesal) durante o período de chuvas é intensificado devido ao alto volume de ocorrências ao redor da capital baiana, entre deslizamentos de terra, alagamentos, desabamentos e outras demais situações. A reportagem do Portal MASSA! conversou exclusivamente com Sosthenes Macêdo, diretor geral da Codesal, que explicou um pouco sobre como cada variação de chuva pode gerar cenários específicos.

Segundo Sosthenes, chuvas "fortes e rápidas" costumam resultar em ocorrências mais voltadas para alagamentos. "É variável conforme o tipo de momento que a gente está vivendo. Se é uma pancada de chuva muito forte, rápida e momentânea, o nosso problema maior vai se dar para o alagamento. Se há uma continuidade, uma constância, uma perenidade das chuvas por mais tempo, escorregamento de terra. Água mole, em pedra dura, tanto bate até que fura. Por vezes eu prefiro uma pancada de chuva de 60mm em 1 ou 2 horas, que vai trazer transtorno, mas não vai matar ninguém, do que você ter um mês inteiro chovendo ali 20mm, 30mm todo dia, e a terra ficar encharcada e o risco de deslizamento é maior", iniciou.

Sosthenes citou a expressão popularmente usada pelas pessoas, as chamadas "chuvas finas", quando se referem a pancadas menos intensas. Porém, ele afirma que esse tipo de situação é "perigosa e preocupante".

"Esse temor é maior para quem atua e dirige ações na área de defesa civil. Claro que o ideal era que tivesse um espaçamento que fosse confortável o tempo inteiro, mas se você for perguntar qual é a que mais nos preocupa, é a chuva continuada. O pessoal brinca muito falando da 'chuva fina' que vai encharcando. Então essa chuva fina é perigosa e preocupante, ela é contínua, ela encharca e chega uma hora que o talude não tolera, rompe e ceifa vidas", explicou.

O diretor-geral fez questão de destacar também uma ocorrência grave que não necessariamente acontece apenas em épocas de tempestades: o desabamento de construções irregulares. "Tem um terceiro episódio que não necessariamente tem a ver com a chuva, mas evidencia esse problema, que é a construção irregular, a construção sem acompanhamento de um engenheiro civil, sem acompanhamento de um arquiteto, que é feito ali de qualquer forma, sem nenhum tipo de técnica, sem nenhum profissional habilitado pelo CREA ou pelo CAU para acompanhar. E aí quando, é óbvio, você já tem um local que é de risco e tem uma construção que não tem a técnica devida, o risco é muito maior. Então, esse pra mim é um dos grandes males que nós temos, é a construção irregular, que pode estar na chuva ou no sol e pode ceifar vidas. A gente teve, inclusive, episódios esse ano, de 2023, o ano que passou, a exemplo ali do Engenho Velho da Federação, um prédio de quatro andares que caiu no sol. E não era a casa do sujeito que estava construindo para morar, eram quatro andares, era para alugar. Tinha, inclusive, um jacuzzi na cobertura. Então, infelizmente, às vezes, algumas pessoas alugam esses equipamentos sem nenhum tipo de segurança, moram ali e podem se colocar na condição de risco e perder sua vida", finalizou Sosthenes Macêdo.

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