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Outra guerra - 15/07/2025, 06:00 - Silvânia Nascimento

Cidades baianas lutam para legalizar soltura de espadas

Políticos baianos foram a cidade sergipana para checarem modelo

Comitiva baiana foi a Sergipe
Comitiva baiana foi a Sergipe |  Foto: Divulgação

Representantes de municípios da Bahia e de Sergipe decidiram unir forças para lutar em prol da legalização da soltura de espadas. A ideia do coletivo é buscar alternativas legais e recorrer às autoridades para que essa prática deixe de ser vista e considerada como ilegal.

O ex-prefeito de Castro Alves, Thiancle Araújo, e o vereador André Eloy, da cidade de Cruz das Almas, viajaram até Estância, no estado de Sergipe, para conferir de perto o modelo que já é usado no município.

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“Estivemos em Estância, numa missão organizada por mim e pelo ex-prefeito Ito de Bêga, que tem conduzido essa prática no município dele de forma muito exitosa. Lá, ela tem um espaço reservado que ele conduz para que a prática aconteça com menos acidentes. Resolvemos ir para lá porque a cidade está no estágio mais avançado. Analisamos, tanto a parte da fabricação das espadas, como também a questão das solturas. Eles têm, também, a prática de efetuar a soltura das espadas em ruas definidas, estabelecidas. Aprendemos e coletamos muitas informações”, disse Thiancle Araújo, em entrevista ao MASSA!.

Ele, que é presidente da Federação dos Consórcios da Bahia (FECBAHIA), destacou que a categoria não vai desistir dessa cultura e que vai recorrer judicialmente quando alguma pessoa for detida por soltar espadas.

Thiancle Araújo, ex-prefeito de Castro Alves
Thiancle Araújo, ex-prefeito de Castro Alves | Foto: Divulgação

“Nós não vamos mais ficar passíveis com relação a qualquer ato de prisão ou de qualquer tipo de prisão de espadeiro, como se a espada fosse arma. Adotaremos uma postura muito firme nesse sentido, através de advogados criminalistas. No sentido de, inclusive, buscar os órgãos de corregedoria, de ouvidoria, tanto na Bahia, quanto em Brasília, para que isso seja evitado. Nosso objetivo é buscar o diálogo, mas o enquadramento de espada como arma de fogo é completamente obscuro”, destacou.

“Estamos falando de uma festa ancestral ligada à nossa história. Espada não é arma, não é crime. Espadeiro não é bandido e vamos legalizar”, completou Thiancle Araújo.

Mulheres presentes

Thiancle também enalteceu o poder da presença feminina no processo de fabricação das espadas. "A mulher que molda a espada é aquela que foi lapidada pelo fogo. Ela não apenas acende o pavio, mas cuida do ritual e mantém viva a festa ancestral”.

Segundo ele, dentre os municípios da Bahia que têm a tradição da soltura de espadas estão Cruz das Almas, Senhor do Bonfim, Conceição do Almeida, Castro Alves, Governador Mangabeira, Cachoeira, São Félix, Muritiba e Santo Estêvão.

Este ano, inclusive, nos festejos juninos, uma mulher ficou gravemente ferida após ter o rosto atingido por uma espada, em Cruz das Almas.

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