Com o mês de dezembro batendo na porta, chega a hora de decidir os pratos que vão compor a ceia de Natal. Enquanto alguns servem peru, chester ou tender, ainda há aqueles que não veem diferença entre o trio de assados. No entanto, detalhes distinguem as carnes protagonistas da mesa natalina.
Em entrevista ao Portal Massa!, a chef de cozinha Carla Azevedo, formada em gastronomia pelo Instituto Gastronômico das Américas, contou o que diferencia os pratos queridinhos da festa do Papai Noel.
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Chester
Cria da Escócia, o chester é comercializado no Brasil há cerca de 43 anos, como um concorrente direto do peru. A ave não passa, na verdade, de um frango com uma dieta diferenciada.
A alimentação da ave faz com que a carne fique concentrada no peito e na coxa do animal - daí vem o nome “chest”, que significa “peito”, em inglês. Esse é um dos motivos da preferência pelo chester.
“O chester é maior, porque eles dão, no criadouro, suplementos, tipo Whey Protein, para ele crescer, ficar mais desenvolvido”, explica Carla Azevedo.
Por se tratar de uma 'espécie' diferenciada, lenda do período natalino, há muita especulação em torno da 'cara' do chester. Em 2020, a BRF, dona da Perdigão, compartilhou uma, até então, rara foto do animal vivo.
Vale lembrar que, no Brasil, o chester é um produto de uma marca e, por isso, foi registrado e deve apenas ser vendido por ela. Com o passar do tempo, a concorrência fez com que outras empresas criassem a sua versão do produto, como Fiesta, Supreme e Blesser.
O chester apresenta um sabor mais suave, e por isso pode agradar a família inteira. A chef Carla Azevedo tem um segredinho para deixar a carne ainda mais suculenta: "molho com alho, cebola, suco de laranja, açafrão e só", revelou.
Peru
Uma das carnes mais procuradas no final do ano é o peru. A ave, nativa dos Estados Unidos e do norte do México, tem como principal característica seu sabor marcante e muito evidenciado.
De acordo com a chef Carla Azevedo, a carne do peru é mais magra e também costuma ser mais seca em comparação aos outros pratos. No Brasil, a proteína costuma ser popular apenas na ceia natalina, quando as fêmeas, que são menores e têm o peso de abate de 4 a 8 kg, são consumidas.
O prato é para aqueles que gostam de manter a tradição e preparar a ceia natalina com antecedência, com muita paciência. O indicado é que a ave seja descongelada por 48 horas na geladeira, depois marinada por algumas horas e assada por, pelo menos, 3 horas, sem contar o processo de limpar, rechear e temperar.
Na hora da preparação, a recomendação é marinar o peru em um caldo de cebola, alho, pimenta, ervas e até mesmo caldo de galinha. Se a intenção for inovar na ceia natalina, um peru recheado com legumes pode ser uma boa pedida.
Tender
O tender é o mais 'diferentão' da ceia natalina. “É um corte do porco”, explica a chef de cozinha. O processo do prato é similar ao do presunto comum, feito a partir do pernil suíno.
Assim como o chester, o tender também é uma marca, e não uma espécie. A popularidade da carne se deu porque, no Brasil, durante o Natal, o produto era vendido numa embalagem de papel com os dizeres "Tender made" ("Feito com carinho", em tradução do inglês).
Apesar da carne de frango ser a mais comum na ceia natalina, o suíno conquista espaço pelo seu sabor. O tender é uma carne firme, desossada, com pouca gordura, de forma que combina bem como protagonista da ceia.
Dentre o trio de carnes natalinas, o tender costuma ser encontrado com maiores valores. Vendido pré-cozido, para quem quer praticidade, o prato é a escolha ideal.
A preparação do suíno dá margem para várias combinações. Além dos tradicionais cravos, é possível deixar a carne macia com molhos como mostarda e mel, molho agridoce de laranja e até caramelado com figo e cereja.