A família Peroba está há cerca de um mês sem respostas esclarecedoras sobre o caso Andrei. O dia era 15 de fevereiro deste ano, quando o garoto, de 20 anos, sofreu acidente após um brinquedo cair do parque de diversões. O caso aconteceu no Campo da Pronaica, no bairro de Cajazeiras, em Salvador.
Desde então, os dias são de esperança, mas de falta de retornos. Reflexo disso é que pela quarta vez o segundo procedimento cirúrgico que o garoto vai enfrentar foi remarcado. Ele segue internado no Hospital Geral do Estado (HGE).
No que diz respeito à defesa dos familiares da vítima, as documentações referentes a instalação e desinstalação do parque seguem ausentes, por parte da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano (Sedur).
Em entrevista ao Portal MASSA!, o advogado Antônio Jorge explicou os próximos passos, de modo a envolver as linhas jurídicas do crime quanto do cível. No entanto, é necessário que o Departamento de Polícia Técnica (DPT) emita o laudo referente ao brinquedo.
“Tudo isso perpassa por nós conseguirmos concluir a fase de inquérito para oferecer ao Ministério Público e ele poder tornar um processo. O laudo vai nos ajudar a seguir com os trâmites legais, nós vamos concluir a questão das oitivas e das testemunhas para que a gente possa finalizar a questão criminal, e reconhecer se haverá justamente oferecimento da denúncia”, iniciou.
A maior segurança no caso também envolve a esfera cível. “Com relação ao cível, também vai perpassar para que a gente possa ter maior segurança e esperar justamente para que o laudo possa ser emitido para que a gente possa já dar encaminhamento também para esses dois caminhos”, acrescentou.
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Responsabilidades
Também na articulação da família de Andrei Peroba, o advogado Bruno Moura enfatizou que tem que haver a responsabilização dos culpados. Até o momento, a 13ª Delegacia, no mesmo bairro, investiga o caso.
“Quando a gente fala em responsabilização criminal, a gente não quer responsabilizar o parque, a figura jurídica do parque, porque a figura jurídica só pode ser responsabilizada por crimes ambientais. Queremos comprovar a extensão do dolo, de assumir o risco de produzir o resultado que Andrei obteve com relação a amputação, e consequentemente responsabilizar tanto o dono do parque quanto o dono do brinquedo por lesão corporal gravíssima”, detalhou.
Moura reforçou ainda a distinção sobre a responsabilidade criminosa. “CNPJ não responde crime, mas CPF, com toda certeza, responde o crime, e essa responsabilização que a gente tá buscando, dos CPFs, tanto do dono do parque quanto do dono do brinquedo”, finalizou.
Confira os relatos:
Relembre o caso
O dia era 15 de novembro deste ano. Andrei Peroba estava ao lado de familiares no parque. Em determinado momento, parte do equipamento atingiu um dos braços dele. Após ser socorrido para o HGE, o rapaz teve o membro amputado. Um protesto foi feito no bairro por parentes em prol de justiça e respostas esclarecedoras sobre os responsáveis pelo brinquedo.
Ao menos três testemunhas já foram ouvidas até o momento.
“A família e os amigos estão lutando junto, dando apoio. Clamamos por justiça e que tenha responsável, alguém fale quem foi o culpado desse acidente, o porquê teve esse acidente praticamente fatal. Podia ser pior ainda porque tinham três pessoas por exemplo da mesma família”, comentou o tio de Andrei, Adeval, ao Portal MASSA!.