A universidade deve ser um espaço acessível a todos. Com esse propósito, o Casarão da Diversidade se propôs a ser um agente de transformação social para pessoas LGBT+ em situação de vulnerabilidade. Em parceria com o programa Universidade Para Todos (UPT), do Governo do Estado da Bahia, o espaço realizou, nesta quinta feira (22). a aula inaugural do curso preparatório para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ao todo, 28 estudantes, em sua maioria LGBT+, participam da iniciativa, que busca ampliar o acesso ao ensino superior de forma mais justa e inclusiva.
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“A universidade é para todos”, defende Dai Costa Ndanbulakossi, pedagoga do Casarão. Ela explica que o processo de seleção dos participantes foi conduzido de forma humanizada, indo além de formulários online. “A gente queria ouvir a realidade desses estudantes, saber qual era o desejo real de voltar a estudar, reacender o sonho de entrar na universidade pública”, afirma.
O curso preparatório conta com monitores do próprio UPT e adota uma metodologia ativa e crítica. O professor de matemática Anderson Gabriel, com mais de 14 anos de experiência em cursinhos populares, destaca a importância de uma educação emancipadora. “A gente trabalha com a ideia de uma narrativa positiva. É uma luta desigual, mas o cursinho funciona como uma alavanca, uma chance real de transformar essa realidade social”, pontua.
O diferencial do curso, segundo os organizadores, está no olhar atento ao cuidado, respeito à identidade de gênero e à trajetória de cada estudante. O conteúdo é oferecido em aulas regulares e também em aulões temáticos abertos ao público LGBTQIA+, com foco em temas como direitos humanos e identidade de gênero.
Além do foco educacional, o Casarão da Diversidade também oferece atendimento psicossocial, apoio jurídico (incluindo retificação de nome civil e acompanhamento em casos de violação de direitos), bazar solidário e cursos profissionalizantes com alimentação e transporte incluídos. “Nosso compromisso é com a dignidade. Queremos que cada pessoa que passe por aqui saia melhor do que chegou”, resume Dai Costa.
Para quem vive na pele a exclusão, como o estudante Fábio Ferreira, de 41 anos, o impacto das aulas vai além do preparo acadêmico. “É a segunda vez que tento. Agora estou mais confiante. O apoio do Casarão, da UPT e da UNEB me fortalece. Quero estudar moda ou serviço social para mostrar que a gente existe e está aqui para romper barreiras”, afirma.
Os interessados nos serviços do Casarão da Diversidade podem acompanhar as novidades pelo Instagram @cpddbahia ou pelo WhatsApp (71) 99931-0329.
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