A cantora gospel Sara Freitas não foi morta por ciúmes, de acordo com denúncia oferecida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), enviada ao Tribunal de Justiça (TJ) e divulgada nesta quarta-feira (20).
Segundo o MP-BA, o crime, cometido no dia 24 de outubro, por Weslen Pablo Correia de Jesus, conhecido como bispo Zadoque; Gideão Duarte de Lima e Victor Gabriel Oliveira Neves, a mando de Ederlan Mariano, tinha o objetivo de “se apoderar da imagem pública de Sara Mariano, fazendo uso de toda a estrutura já montada em torno dela, para lançar a carreira de Victor, com o que todos lucrariam futuramente”.
O MP estadual denunciou o quarteto pelo crime de feminicídio da cantora, cometido por motivo torpe, meio cruel e sem possibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver e associação criminosa. A Justiça recebeu a denúncia na terça (19), e acatou o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil com parecer favorável do MP. Os quatro já estavam presos de forma temporária.
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Sara era casada com Ederlan, que também gerenciava sua carreira. No dia do crime, a cantora foi informada de que faria uma apresentação musical num evento evangélico. Ela foi levada por Gideão, que era seu motorista, para a BA-093, onde Victor e Zadoque esperavam a vítima. Ela foi morta e teve o corpo abandonado num terreno baldio, às margens da rodovia. Ederlan, “para dissimular sua participação no crime”, chegou a procurar a polícia e registrar o desaparecimento de sua esposa, relatou o MP.
Com base nas informações e provas contidas nos autos, a denúncia afirma que Ederlan seria o principal interessado e mentor da morte de sua esposa, “tendo planejado e controlado as ações dos demais denunciados”.
As investigações revelaram que Ederlan havia pago R$ 2 mil para Zadoque, Victor e Gideão, e repassaria ainda cerca de R$ 15 mil, quando as economias de Sara fossem encontradas. De acordo com a denúncia, havia também a promessa de recompensa, “que seria o sucesso e fama artística, pois os denunciados eram pregadores, produtores, cantores e músicos com intensa penetração nas redes sociais” e contavam com a promessa de Ederlan de disponibilizar as ferramentas digitais de seu estúdio para promoções das carreiras artísticas dos executores da morte de Sara.