
Exatos 55,2% dos brasileiros aprovam a megaoperação realizada pelas policias fluminenses, na terça-feira (28), nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro. Essa informação foi confirmada através da pesquisa da AtlasIntel, divulgada nesta sexta-feira (31).
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O levantamento do instituto ouviu 1.089 pessoas, na quarta-feira (29) e na quinta-feira (30). Apesar da maioria ter sido favorável, 42,3% disseram ser contrários à ação. Apenas 2,5% dos brasileiros entrevistados disseram não saber.
A pesquisa foi feita por meio de recrutamento digital e garante 95% de confiança e uma margem de erro de 3% para mais ou para menos. Questionados, 92% afirmaram estar 'por dentro' da megaoperação comandada pelo governador Cláudio Castro (PL) em combate ao Comando Vermelho (CV). Já 8% ouviram 'por cima'.

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Considerando as mais de 120 mortes registradas durante a megaoperação, os brasileiros foram questionados se a ação representou “a melhor forma de combater o crime organizado” ou “uma iniciativa com fins políticos”. Para 42% dos entrevistados, a operação no Rio de Janeiro teve como principal objetivo o ganho político, enquanto 39,3% acreditam que foi a maneira mais eficaz de enfrentar a criminalidade. Outros 17,6% afirmaram que a ação refletiu ambos os propósitos, e 1,1% não souberam responder.
Em relação à morte de civis, tirando os quatro policiais mortos, o levantamento também perguntou como os participantes classificariam os mortos na operação. A maioria, 51,2%, afirmou que eles devem ser descritos como “criminosos”. Já 36,9% consideraram que eram “ao mesmo tempo, vítimas e criminosos”, enquanto 8,4% os definiram apenas como “vítimas”. Outros 3,4% não souberam opinar.

Desentendimento político
Os entrevistados também avaliaram os impactos políticos da operação. Questionados sobre a possível falta de articulação entre os governos estadual e federal, 88% responderam que houve falhas na coordenação. Dentre eles, 46% atribuíram a falta de articulação ao governo do estado e 42% ao governo federal. Apenas 6,4% afirmaram que não houve desentendimento, e 5,5% disseram não saber.
Já quanto a avaliação dos líderes públicos na área da segurança, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve o pior desempenho, com 50% de desaprovação (considerado “ruim” ou “péssimo”), contra 35% dos governadores e 24% dos prefeitos. Lula foi aprovado por 31% dos entrevistados (avaliação “boa” ou “ótima”), enquanto 19% consideraram sua atuação “regular”.
Entre os governadores, 28% dos brasileiros classificaram a gestão da segurança pública como “boa” ou “ótima”, e 36% como “regular”. Já no nível municipal, 23% aprovaram a atuação dos prefeitos, e 51% avaliaram como “regular”.
