O Museu Afro-Brasileiro da UFBA, localizado no Pelourinho, em Salvador, foi palco da abertura da 6ª edição do Festival Julho das Pretinhas, que começou nesta quarta-feira (23) e seguirá até o dia 27 deste mês com diversas atividades destinadas ao público infanto-juvenil.
O primeiro dia da iniciativa foi marcado por apresentações teatrais, contação de histórias, visita guiada e com a exposição 'Pretinhas Brincantes'.
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A produtora cultural e atriz Lucila Laura explica a proposta da ação. “Dessa vez estamos conseguindo fazer as atividades de maneira presencial, já que todas as outras edições foram em formato híbrido e online. Nesse festival, a gente dá às crianças conteúdos de autoestima, representatividade, identidade, autoafirmação. A gente fala, de maneira lúdica, sobre racismo e outros assuntos tão sérios, permitindo que essas crianças sejam estimuladas através da arte preta e infanto-juvenil”, contou.
Durante o festival, que acontece em parceria com o Instituto Calu Brincante, professores e instituições que atuam com a educação descolonizadora e com a valorização da cultura negra na infância serão reconhecidos com o "Troféu Julhinho".
“A gente trabalha com ancestralidade, identidade, representatividade, de pertencimento, patrimônio. A gente entende o patrimônio como todo esse arcabouço que a gente traz. Essa narrativa é patrimônio pra gente”, declarou a escritora Cássia Valle, atriz e idealizadora do festival, em entrevista ao MASSA!.
Bahia vira referência
Cássia Valle também destacou que a Bahia é referência nesse tipo de iniciativa infanto-juvenil. “Eu tenho muito orgulho de dizer que o Festival Julho das Pretinhas está na 6ª edição, inclusive, acho que somos pioneiros. Eu soube de alguns acontecimentos do Rio de Janeiro e São Paulo, mas ninguém ficou como nós. Desde que eu entrei, são seis edições, sem parar. Tivemos pandemia e não paramos com o festival. Então, eu acho que isso é muito bom. Mais um ganho da Bahia. Eu gosto sempre de dizer isso porque o Sul está muito acostumado a se apropriar das nossas coisas. E o Julho das Pretinhas nasceu na Bahia”, pontuou a idealizadora do evento.
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