Alunos da Universidade Federal da Bahia (UFBA) organizaram um protesto pela expulsão do professor Paulo Dourado, que é responsável pelas disciplinas História do Teatro no Brasil e na Bahia e Laboratório de Criação Cênica, alegando que ele teria assédio sexual e moral contra alunas, e também teria atitudes racistas e homofóbicas dentro da sala de aula. A manifestação aconteceu na tarde de quinta-feira (18) , no campus Ondina, e reuniu cerca de 40 estudantes. Em resposta ao ato, Paulo Dourado nega as acusações e emitiu uma nota de repúdio aos manifestantes. "Atitude de total desrespeito", disse ele.
Apesar da enxurrada de comentários negativos nas redes sociais, o professor, que está ativo na Escola de Teatro da UFBA desde 1980, reforçou que não tem envolvimento em nenhum dos crimes em que foi apontado de cometer. "Além de 'assediador', hoje, fui ainda acusado de 'racismo e homofobia', o que contradiz, sob qualquer ponto de vista, os meus 50 anos de atuação no campo das artes cênicas e do audiovisual. Também devo lamentar a truculência e agressividade dos 'manifestantes' que invadiram minha sala de aula e gritaram termos ofensivos, xingamentos e ofensas pessoais, além de bateram os moveis da sala durante mais de duas horas, sem me dar nenhuma oportunidade de fala, ou permitir que eu me manifestasse para tentar explicar ou ao menos discutir essa situação", escreveu ele em nota enviada ao Grupo A Tarde.
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Paulo Dourado também se pronunciou sobre a denúncia de assédio moral que recebeu de uma estudante, mas declarou que o inquérito foi arquivado, o isentando de culpa. "Essa acusação, totalmente infundada, data de 2021 ou 22, i.e. do período da pandemia, em que todas as aulas ocorriam através de meios virtuais (internet) o que já demonstra o seu caráter fantasioso e despropositado. Além disso essa denúncia foi objeto de inquérito promovido pelo Dept° de Correição da UFBA, inquérito que foi EXTINTO e arquivado em março de 2022", explicou.
UFBA se pronuncia sobre o caso
Em nova enviada ao Portal MASSA!, a Universidade Federal da Bahia declarou que "foi informada sobre o protesto de estudantes da Escola de Teatro e já está tomando todas as providências cabíveis, conforme as normas institucionais de combate às violências".
A instituição de ensino ainda afirmou que atenderá os estudantes que realizaram a manifestação, através da Ouvidoria da UFBA, e garantiu que tem "construído estratégias elementais" para dar suporte aos alunos e profissionais em qualquer situação, fazendo as "mediações necessárias para garantir, respectivamente, o acesso aos direitos sociais de discentes e docentes, assim como o esclarecimento total das circunstâncias que levaram à manifestação".