Um grupo de cerca de 40 estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) protestou nesta quinta-feira (18) contra um professor da Escola de Teatro da instituição e pediu pela sua exoneração do cargo. Segundo os manifestantes, Paulo Dourado teria cometido assédio moral contra alunas, e também teria atitudes racistas e homofóbicas dentro da sala de aula.
Aos alunos que protestaram, o professor disse que as denúncias "não eram uma coisa real" e sugeriu que eles marcassem uma assembleia para resolver a questão.
O ato aconteceu no campus Ondina e contou com cartazes, gritos de reprovação e batuques. Os estudantes entraram em uma sala em que Paulo Dourado dá aulas e se manifestaram.
Enquanto a manifestação acontecia, o professor sentou em uma cadeira e permaneceu em silêncio. Segundo relatos de estudantes da Escola de Teatro, ele já é reincidente no assunto e teria sido afastado anteriormente de dar aulas de matérias obrigatórias, tidas como principais no curso, por causa de outras denúncias de assédio.
Veja trechos do protesto:
Nas redes sociais, estudantes explicaram que a ideia de fazer um ato em pedido pela expulsão de Paulo Dourado do corpo letivo da UFBA surgiu a partir do momento em que ele, além de dar aulas de matérias optativas, voltou a dar aulas de matérias obrigatórias para os calouros, que não sabem do seu histórico e, supostamente, estariam vulneráveis a assédios. Inclusive, um dos organizadores da ação pediu para que os outros não falassem diretamente com o professor, evitando discussões: "Galera, nós temos o objetivo que é não permitir que os nossos calouros não tenham aula com ele. O nosso objetivo aqui não era ter diálogo com professor".
Em outro vídeo, os estudantes saem da sala de aula e vão para os corredores da universidade, pedindo pela saída de Paulo Dourado e afirmando que estão protestando em nome das pessoas e grupos sociais que teriam sido atingidos pelo professor.
Confira:
"Temos o direito de se defender, para dar voz às mulheres, ao povo negro, aos estudantes LGBT, indígenas, que foram traumatizados por esses absurdos que esse assediador prolifera em sala de aula. Exonerado! Paulo Dourado, exonerado!", gritaram em conjunto.
O Portal MASSA! entrou em contato com a Universidade Federal Da Bahia e com o professor Paulo Lauro Nascimento Dourado para apurar o caso, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. Reforçamos que o espaço está aberto para que todas as partes se pronunciem sobre o assunto, caso desejem.