
Em meio ao fluxo intenso da Estação Rodoviária, uma mobilização chamou atenção na tarde desta terça (9): órgãos estaduais e o Metrô Bahia uniram forças para orientar, acolher e conscientizar a população sobre a violência contra a mulher. A iniciativa integrou o calendário dos 21 Dias de Ativismo e reuniu a Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), a Secretaria das Mulheres do Estado (SPM), a Secretaria de Segurança Pública (SSP) e o Metrô Bahia, que promoveram campanhas educativas, orientação sobre canais de denúncia e acolhimento especializado ao público. Ao longo do dia, a Sala Elas à Frente, mantida pela SPM na estação, funcionou com atendimento das 9h às 17h.
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A grande novidade da programação foi a apresentação teatral do Batalhão de Policiamento de Proteção à Mulher (BPPM). Policiais militares caracterizadas como mulheres vítimas de agressões, com maquiagens simulando ferimentos, encenaram situações de violência para chamar a atenção dos usuários sobre a gravidade do problema e a importância da denúncia. “Queremos sensibilizar a população acerca do feminicídio e da violência doméstica. Informamos sobre os tipos de violência e sobre como buscar ajuda”, afirmou a capitã Paula Marx, que coordenou a ação.
Durante todo o dia, equipes da SPM realizaram acolhimento psicológico e social na Sala Elas à Frente. A psicóloga Paula Mendes destacou que a procura por orientação tem aumentado. “Atendemos mulheres que sofreram violência e precisam de apoio emocional, informações sobre a Lei Maria da Penha e encaminhamento para a Casa da Mulher Brasileira. Hoje, inclusive, uma usuária que seguia para uma audiência nos procurou. Ela relatou a situação, recebeu orientação e se sentiu acolhida. Isso mostra a importância de estarmos aqui”, disse. Segundo Mendes, a presença de homens interessados nas discussões também chamou atenção: “Tivemos homens que pediram para assistir e ouvir as orientações. Esse diálogo é fundamental”.

A CTB avaliou a ação como essencial para ampliar a conscientização no transporte público, ambiente de grande circulação e onde situações de importunação ainda são frequentes. “Muitas mulheres não reconhecem que determinados comportamentos são violentos. Nosso papel é conscientizar e mostrar que elas não precisam aceitar. A resposta do público foi emocionante, com pessoas compartilhando histórias e aplaudindo a iniciativa”, afirmou Renata Lima, chefe da assessoria técnica da companhia. Ela reforçou que a Sala Elas à Frente proporciona segurança às usuárias: “É um espaço exclusivo, com escuta ativa e apoio profissional. Isso traz paz de espírito”.
O Metrô Bahia, parceiro na ação, também destacou o impacto positivo do espaço. De acordo com a supervisora de estações e terminais, Ana Paula Laranjeira, mais de 200 mulheres já foram atendidas na Sala Elas à Frente desde sua criação. “Aqui elas encontram um ambiente seguro e reservado para buscar orientação e apoio. Seguimos comprometidos em tornar o metrô um espaço de acolhimento e proteção”, disse.

Com a adesão de centenas de usuários e o engajamento de mulheres e homens que circularam pela estação, a ação reforçou a importância de ampliar espaços de acolhimento e fortalecer políticas de enfrentamento à violência de gênero. As instituições envolvidas afirmaram que trabalharão para dar continuidade às iniciativas ao longo do ano.
