
Já estão escolhidas as 15 candidatas que vão concorrer ao posto de Deusa do Ébano 2026. Do total de 130 mulheres negras inscritas, 50 compareceram à Senzala do Barro Preto, no bairro do Curuzu, em Salvador, nesta terça-feira (9), na sede do bloco afro Ilê Aiyê.
Com inscrições de diversas partes da Bahia e do Brasil, as postulantes se apresentaram para uma banca avaliadora, que decidiu quais delas vão concorrer na 45ª Noite da Beleza Negra, no dia 17 de janeiro, também na Senzala do Barro Preto.
Leia Também:
Conheça as selecionadas:
Maria Victória, 20 anos, Federação
Ela destaca que é uma mulher versátil. "Eu sou tudo que a vida coloca na minha frente: empresária, coreografa, cartomante, o que a vida colocar eu estou no jogo. Desde que me conheço como mulher preta, eu preservo muito minhas ancestralidade", disse a jovem, que tenta ser deusa pela segunda vez e sempre se fortaleceu através das realezas do Ilê.

Camila Cruz, 34 anos, Plataforma
Ganha a vida sendo trancista, professora, cozinheira e confeiteira. Esse é o sexto ano que ela se joga no concurso. "Ser deusa é falar de minha mãe, falar de minha avó, dos meus antepassados, falar do povo que veio antes de mim, contar a história dos que não tiveram oportunidade", relatou.

Stephanie Ingrid, 24 anos, Nordeste de Amaralina
É a terceira vez que ela tenta ocupar a posição de Deusa do Ébano. "Almejar o título de Deusa do Ébano é muito mais que um título de beleza. Eu quero honrar e concretizar esse título para a minha mãe, que sempre me afirmou que o meu nome vinha de realeza. Quero inspirar outras crianças e mulheres pretas, assim como eu, principalmente no meu bairro, que a realeza faz parte da nossa herança ancestral", destacou.

Rafaela Rosa, 30 anos, Roça da Sabina (Barra)
Pela quinta vez ela tenta realizar o seu sonho. "Eu quero provar pra mim mesma que eu sou capaz e eu vou conseguir realizar esse sonho. Quero fazer a representatividade para todas as mulheres que saem todos os dias das suas casas em busca de respeito", pontou.

Dandara Namíbia, 22 anos, Narandiba
Tenta ser deusa pela primeira vez. Ela contou a relevância de ocupar esse espaço. "Eu acredito que a minha existência de travesti preta é de extrema importância. É um ato político e mostrar para a sociedade que mulheres como eu existem e podem ser a Deusa do Ébano 2026", cravou.

Joana Souza, 28 anos, Lauro de Freitas
Participa do concurso pela primeira vez. "Eu estou encantada com tudo, superou minhas expectativas. Para além de me mostrar, eu quero usar esse espaço para honrar as pessoas que vieram antes de mim, para me conectar com essa ancestralidade e me reconhecer para me fortalecer e fortalecer outras mulheres também", ressaltou.

Bruna Cristine, 29 anos, Rio de Janeiro
Também é uma das pré-selecionadas e conta o motivo de querer ser deusa. "Eu quero ser deusa porque pra mim é um caminho que a minha ancestralidade, os pretos-velhos, construiu para que eu pudesse ter autoestima soberana", disse a moça, que também afirmou que é um forma de se conectar com sua linhagem paterna.

Caroline Xavier, 27 anos, Sussuarana
Tenta pela terceira vez ser a realeza do Ilê. "É um processo de reafirmação da minha identidade e também de comprovação para as crianças da minha comunidade e as mulheres pretas que a gente pode alcançar", disse a jovem.

Larissa Oliveira, 25 anos, Nova Sussuarana
Afirma que quer ser deusa para continuar as ações que já faz em Nova Sussuarana, lugar onde mora. "Quero continuar fazendo o trabalho na minha comunidade e ser representatividade para as outras que virão. Segundo, porque é um sonho de infância da minha mãe", revelou.

Camila Morena, 30 anos, Pernambués
Afirma que ser deusa é um lugar de poder. "Além de um sonho de infância, é uma questão de representatividade, um lugar de poder, de reconhecimento ancestral", pontuou.

Tuane Vitória, 28 anos, Fazenda Grande do Retiro

Conta que ser deusa também é se afirmar de forma periférica. "Eu quero mostrar, afirmar minha identidade enquanto mulher preta, periférica e servir de exemplo para as minhas filhas e todas as mulheres", relatou.

Cecília Cadille, 35 anos, Itaupuã
Conta que tenta ser deusa pela sexta vez. "Ser deusa para mim é ocupar o lugar de ativismo político e social, além da beleza e da dança. A mulher negra tem que estar em espaços onde a voz dela seja ouvindo", afirmou.

Raíssa Batista, 22 anos, Boa Vista do Lobato
Quer representar seus familiares no concurso. "Eu quero ser deusa porque eu quero representar todas as mulheres pretas da minha comunidade, minha mãe, minha avó, minhas primas que têm um sonho e eu estou aqui representando elas".

Sara Moraes, 28 anos, Sussuarana
Acredita que ser deusa é um lugar de pertencimento. "O Ilê é um espaço que abre para que a gente possa reafirmar a nossa identidade e se reconhecer enquanto mulher negra na sociedade", contou.

Naiara Temporal, 34 anos, Liberdade
Ressalta que ela já é uma realeza, mas quer a confirmação do bloco afro. "Eu já sou uma deusa, eu só quero essa legitimação do Ilê, pela minha identificação, por uma questão de identidade negra, africana, resgate da pessoa que eu sou", cravou Naiara.

