O acesso à saúde de qualidade e com atendimentos especializados ainda é um desafio para muitas pessoas, especialmente as de baixa renda, que não possuem plano de saúde. Em muitos casos, o cuidado com o bem-estar e o acompanhamento médico só acontecem graças ao Sistema Único de Saúde (SUS), que completa 35 anos de existência nesta sexta-feira (19).
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Atualmente, cerca de 70% da população brasileira utiliza o SUS para cuidar da saúde. Para facilitar a vida da galera e disponibilizar atendimentos de especialistas, o Ministério da Saúde criou em maio deste ano o programa ‘Agora Tem Especialista’.
O objetivo é ampliar e agilizar o acesso da população a consultas, exames, cirurgias e tratamentos especializados no SUS. Além disso, também prevê a redução do tempo de espera por atendimento especializado, principalmente para as cirurgias eletivas.
Em entrevista exclusiva ao MASSA!, o diretor nacional do programa, Rodrigo Oliveira, revelou os principais desafios do projeto e destacou a atuação da Bahia para entregar uma saúde de qualidade à população.
A secretária Roberta tem liderado um verdadeiro esforço para ampliar o acesso e o conjunto de ofertas
Rodrigo Oliveira
“O Agora Tem Especialista ele existe para enfrentar os desafios produzidos, de certa forma, pelas conquistas do Sistema Único de Saúde. No caso da Bahia, a gente tem tido um diálogo muito importante, com um conjunto de municípios representados pela Secretaria Municipal da Saúde e também com a Secretaria do Estado”, afirma.
Ele explicou que o avanço no combate a doenças no Brasil gera uma grande demanda de atendimentos para o SUS.
“O Brasil conseguiu enfrentar HIV e AIDS, conseguiu reduzir a mortalidade infantil, conseguiu ampliar acesso à atenção primária e produziu, com isso, um aumento da expectativa de vida do brasileiro e isso traz novos problemas para o Sistema Único de Saúde”, diz o diretor.
O estado da Bahia é um dos mais beneficiados com essa ação. Ao todo, são 48 novos médicos especialistas direcionados para 18 municípios do interior do estado com a expectativa de reduzir a demanda pela metade até dezembro.
Resquícios da pandemia
A espera por uma consulta médica especialista no SUS ficou maior depois da pandemia da Covid-19, já que hospitais e demais unidades estavam lotados com pacientes contaminados.
“Principalmente após a pandemia coloca-se a questão do atendimento especializado, principalmente no tempo de espera para o atendimento especializado. A gente mudou as doenças que atingem os brasileiros e, por isso, aumentou muito a necessidade de atendimento especializado, seja hospitalar, seja atendimento ambulatorial”, pontua Rodrigo.
Dívidas podem virar atendimentos
De acordo com o diretor nacional do Agora Tem Especialista, existe a ideia de fazer com que hospitais da rede privada possam negociar as próprias dívidas com o Estado em troca de atendimentos pelo SUS.
“A gente avança para trocar dívidas tributárias por atendimentos especializados em parceria com os est ados e municípios. Hospitais privados vão começar, muito em breve, trocar dívidas tributárias por atendimentos especializados no estado”, revela.
Acompanhamento da fila de espera
Um dos grandes questionamentos de quem depende do atendimento do SUS é a demora para ser atendido. Segundo Rodrigo, o Ministério da Saúde deve divulgar em breve um sistema de integração com os estados e as cidades para que a população possa acompanhar e ter uma estimativa do tempo que pode aguardar na fila para ter um atendimento especializado.
“A organização de um painel para que a gente consiga monitorar e comunicar com a sociedade brasileira. Este painel deve estar mais maduro porque é um processo de integração de base de dados de estados e municípios. Então é um processo que está avançando muito, inclusive bastante na Bahia, mas ele ainda não está 100% pronto”, inicia.
“Então a gente além de impactar na redução do tempo de espera, a gente está em um processo de qualificação da apuração dessa informação e da divulgação, que em alguns meses estará pública para todo cidadão brasileiro conseguir saber em cada município do Brasil, em cada lugar da Bahia, por exemplo, quanto tempo demora para conseguir acesso à atenção especializada por especialidade, por procedimento, por cirurgia”, finaliza o diretor.
Agora Tem Especialista
Dentre os seus dez eixos de ação, está a expansão da rede de atendimento, com o credenciamento de policlínicas e hospitais privados e filantrópicos para a realização de consultas, exames e cirurgias para os pacientes do SUS, assim como da rede própria dos planos de saúde.
O horário de atendimento de toda a rede pública e privada que aderiram ao programa também foi ampliado para turnos estendidos. As policlínicas, ambulatórios, salas de cirurgias, hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAS) estão atendendo pacientes do SUS também no turno noturno e aos finais de semana e feriados.
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