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Formação - 19/02/2025, 15:30 - Amanda Souza

Para não minimizar denúncias, policiais são treinados para combater o racismo no Carnaval

Iniciativa pretende acabar com a 'festa' dos agressores

Cerca de 1500 servidores das forças policiais foram capacitados
Cerca de 1500 servidores das forças policiais foram capacitados |  Foto: Divulgação / Polícia Militar

As forças de segurança da Bahia estão passando por um treinamento especial para lidar com casos de racismo e intolerância religiosa durante o Carnaval da Bahia. Segundo a secretária de Promoção da Igualdade Racial e dos Povos e Comunidades Tradicionais (Sepromi), Ângela Guimarães, a ação tem como objetivo garantir que denúncias sejam levadas a sério e que as vítimas recebam todo o suporte necessário.

"É muito comum as pessoas acharem que essa denúncia não terá consequência, que vai passar e ficar por isso mesmo. No entanto, nos dois últimos anos, nós tivemos inclusive prisão em flagrante no contexto do Carnaval. Isso dá uma outra dimensão às pessoas que acreditavam na perspectiva da impunidade", afirmou a secretária.

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O treinamento inclui bombeiros, agentes do Departamento de Polícia Técnica, além das polícias Civil e Militar. Ao todo, 1.500 servidores estão sendo capacitados para atuar nesses casos. O objetivo é garantir que, quando uma denúncia for feita, os agentes saibam exatamente como proceder.

A Sepromi também está promovendo formações para profissionais do trade turístico, como guias de turismo, agências de viagem e recepcionistas de hotel. Isso porque muitos casos de racismo e intolerância acontecem nesses ambientes. "São outras cenas onde reiteradamente cenas de racismo têm ocorrido", destacou a secretária.

Denúncias devem ser levadas a sério

Um dos pontos mais importantes do treinamento é garantir que a Polícia Militar não minimize as denúncias de racismo, tratando-as com a mesma seriedade que outros tipos de violência. "Quando uma patrulha da PM for acionada, é essencial que os agentes não ajam para desencorajar a denúncia, entendendo que uma ocorrência de violência física seja mais importante. Não, é tão importante quanto", reforçou a secretária.

Ângela Guimarães, titular da Sepromi
Ângela Guimarães, titular da Sepromi | Foto: Denisse Salazar / Ag. A Tarde

Além disso, o treinamento busca padronizar o atendimento para que todas as instituições envolvidas ajam da mesma forma diante de uma denúncia. "Nosso objetivo é que haja uma multiplicação dessa compreensão e que todas as instituições da rede tenham o mesmo parâmetro e fluxo de atuação. Assim, quando forem acionadas, atuarão para garantir que aquele flagrante seja lavrado e que a vítima seja levada a um posto de denúncia", concluiu Ângela Guimarães.

Atuação integrada para combater impunidade

Segundo Ângela Guimarães, o trabalho não se limita ao período do Carnaval. Durante todo o ano, a Sepromi mantém reuniões mensais com as forças de segurança para monitorar e acompanhar as denúncias. "A partir da denúncia, seja instaurado um inquérito policial, sejam feitas investigações e seja ofertada ao Tribunal de Justiça a possibilidade de julgamento", explicou.

Trabalho da Polícia Militar e fundamental no Carnaval
Trabalho da Polícia Militar e fundamental no Carnaval | Foto: Adilton Venegeroles / Ag. A Tarde

A secretária também destacou a importância de garantir que todos os agentes envolvidos nas ações de combate tenham a devida compreensão sobre o tema.

"Toda essa rede [de combate ao racismo a à intolerância] já atua de forma integrada. Mas, embora os pontos focais já tenham esse letramento, essa conscientização e um acesso à informação mais apurado, essa não é a realidade do conjunto dessas instituições", disse, defendendo a formação continuada.

Com essas ações, o Governo do Estado pretende garantir que o Carnaval da Bahia seja diverso, plural e com os direitos de todos os grupos devidamente protegidos.

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