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Noite da Beleza Negra - 14/02/2025, 11:39 - Amanda Souza e Jaísa de Almeida

"Não é um concurso de coxa ou de quadril", diz diretora do Ilê sobre a Deusa do Ébano

Arany destaca que não se trata de estereótipos, mas de consciência racial

São 15 finalistas cobiçando o título de Deusa do Ébano 2025
São 15 finalistas cobiçando o título de Deusa do Ébano 2025 |  Foto: Denisse Salazar / Ag. A Tarde

As 15 finalistas ao cobiçado título de Deusa do Ébano 2025, cargo emblemático do Ilê Aiyê, um dos mais importantes blocos afro do Brasil, foram apresentadas, nesta sexta-feira (14), durante coletiva de imprensa. A coletiva antecede a 44ª Noite da Beleza Negra, que acontece neste sábado (15), e tem como tema “Curuzu é o Mundo”, destacando o bairro Curuzu, berço do Ilê Aiyê, como símbolo de resistência e identidade negra.

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A eleição da Deusa do Ébano, inclusive, é justamente sobre essa identidade negra. É isso que acredita e defende Arany Santana, diretora do Ilê que participa do processo de preparação das candidatas.

Aspas

Há 44 anos a gente faz esse desfile. Nós não imaginávamos que esse concurso de beleza negra, num momento em que negro era feio, inferior, sinônimo de negativo, não imaginávamos que esse concurso, que não é de coxa, de quadril ou de cor dos olhos, chegasse onde chegou.

Arany Santana

Arany ainda ressaltou a importância da consciência de negritude para as mulheres negras que aspiram ao título, abordando o impacto que o concurso tem na construção da identidade e no fortalecimento da autoestima das participantes.

"Muitas meninas que passaram por aqui hoje são educadoras, médicas, biólogas, cientistas. Sei muito bem que, há 38 anos atrás, quando peguei pela primeira vez nesse microfone, essas meninas tinham dificuldade até de se comunicar", afirma. "O Ilê Aiyê ajudou essas meninas a conhecerem e terem orgulho de sua história, que a cor da pele não influencia em nada e que todas são capazes de qualquer coisa", disse a diretora.

Ela pontuou ainda que não só para ser a Deusa do Ébano, mas até para apenas se candidatar a esse concurso, é preciso ter muita consciência racial. "Se não tiverem consciência de negritude, elas não pisam nem aqui no Curuzu. É um teste de consciência e de firmeza da sua própria identidade", garante.

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