
Que o pré-Carnaval e o Carnaval de Salvador reúnem milhares de artistas e turistas, todo mundo sabe. Mas, além disso, a festa momesca tem se tornado também um espaço de inclusão.
Leia Também:
Heloísa Silva, de 40 anos, é paraplégica e saiu de São Paulo sozinha para seguir o Pipoco com Léo Santana, do início ao fim do Circuito Orlando Tapajós (Ondina/Barra). Ao Grupo A TARDE, ela contou que não perde a festa desde 2018. Heloísa conta que o amor nasceu ainda na infância, ao assistir a transmissão na televisão.
A advogada revelou ainda que foi a única sobrevivente de um ataque que deixou sete mortos. Ela ressignificou a tragédia, vendo no carnaval de Salvador uma forma de se divertir e sentir que tudo é possível.
"Eu fui baleada quando tinha 2 anos. O ataque de traficantes onde eu morava deixou 7 pessoas mortas. Desde essa época, eu não ando mais. Mas sempre fui bem resolvida e entendi que isso não poderia me limitar. E o carnaval de Salvador me traz justamente esse sentimento de felicidade e liberdade. Desde muito nova eu assistia na TV a transmissão e ficava encantada com tudo que via. Até que há 7 anos eu vim pela primeira vez. De lá pra cá, não parei mais e nunca vou deixar de vir", conta, feliz.
E se engana quem acha que Heloísa curte apenas um dia. Presente no Pipoco nesta terça, ela conta que já esteve no Furdunço, Fuzuê e vai ficar em Salvador durante todo o Carnaval. Ao ser questionada sobre seu artista baiano preferido, a resposta, claro, não poderia ser outra: Léo Santana.
"Todo ano eu passo cerca de 20 dias em Salvador nesse período. Aproveito o pré-Carnaval, o Carnaval e o pós. Fico em camarote, na pipoca... Aproveito de todas as formas. Meu artista preferido é Léo Santana, sou muito fã dele. Mas de forma geral, gosto de tudo que toca aqui".
Respeito e segurança
Heloísa conta que sempre tem o respeito dos foliões. Segundo ela, todos abrem passagem e, quando está tumultuado, chegam a fazer uma roda para protegê-la.
"Muita gente não acredita, mas não me sinto insegura aqui. Todo mundo me respeita, me sinto confortável e segura".