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Problema dos grandes - 16/10/2023, 14:52 - Da Redação - Atualizado em 16/10/2023, 17:08

Vape: cigarro eletrônico pode causar grandes estragos em vários órgãos

Especialistas alertam para problemas na garganta, ouvidos e nariz

Apesar de toda a campanha contra o tabagismo, há um crescimento do uso do vape
Apesar de toda a campanha contra o tabagismo, há um crescimento do uso do vape |  Foto: Divulgação

A cantora Solange Almeida desabafou neste final de semana sobre as consequências que ainda enfrenta após o vício em cigarros eletrônicos. A artista revelou como se deu a dependência ao dispositivo, contou quais danos descobriu após realizar um exame mais detalhado e explicou o tratamento que precisou iniciar para cuidar das sequelas que ficaram. Apesar de toda a campanha contra o tabagismo e o crescimento do uso do vape (cigarro eletrônico), especialistas alertam para o sério comprometimento de outros órgãos do nosso corpo, como nariz, ouvido e garganta.

Para o otorrinolaringologista André Apenburg, a chegada do cigarro eletrônico tem atraído principalmente os adolescentes, pelo formato, novidade e falta de informação sobre o impacto nocivo que causa. Já é possível, nas palavras dele, observar uma geração que havia abandonado o cigarro retornar para “versões atualizadas do mesmo vício”. “Os dispositivos eletrônicos para fumar (DEFs) não são nada seguros, pois agregam muitas substâncias tóxicas, além da conhecida e viciante nicotina”, explica.

Mas o que poucas pessoas sabem é que o uso do cigarro eletrônico já está sendo associado também a grandes estragos na região da garganta, isso porque as toxinas causam irritação na mucosa que reveste toda a região da faringe e laringe, provocando um processo inflamatório crônico que pode levar ao aparecimento de tumores na garganta. “Os danos podem comprometer a fala, causar alterações de deglutição e motricidade de toda essa região, e isso inclui não somente o cigarro em sua versão eletrônica ou tradicional, mas também o charuto, cachimbo, narguilé e similares”, explica o médico Paulo Perazzo, otorrinolaringologista, especialista em laringe e voz.

Os problemas não se restringem somente à garganta, pois os males do ‘vape’, como também é conhecido o cigarro eletrônico, também ocasionam perda de audição, por conta da diminuição de fluxo sanguíneo na cóclea, órgão localizado na parte interna dos ouvidos e responsável por captar e transmitir os sons ao cérebro”, explica o otorrinolaringologista Edson Bastos, especialista em otologia. Segundo ele, a combinação de substâncias químicas tóxicas altamente nocivas dificulta a oxigenação da cóclea, causando prejuízos irreversíveis às células do ouvido. Ainda de acordo com o médico, o cigarro eletrônico traz entre os seus componentes, por exemplo, o cianeto de hidrogênio – gás utilizado para matar baratas, cupins e outras pragas -, que age bloqueando a recepção do oxigênio pelo sangue, quando utilizado em altas concentrações.

Se faringe, laringe e ouvido sofrem com o uso do cigarro, o mesmo ocorre também com o nariz, um dos órgãos mais afetados por estar próximo à fumaça. De acordo com o otorrinolaringologista Robson Vieira esta exposição amplia a irritabilidade do órgão, aumenta as chances de inflamações e piora os sintomas clínicos de quem já tem rinite, por exemplo.

Os especialistas são unânimes em reafirmar que é de extrema importância buscar um otorrinolaringologista em casos de rouquidão ou alterações na voz, problemas na respiração e audição, para que o motivo real do problema seja identificado e tratado. Mais que isso, alertam também para um outro tipo de câncer com alta prevalência em fumantes (e também em pessoas que consomem muita bebida alcoólica), como o de boca, que atinge os lábios e o interior da cavidade oral, incluindo língua, gengiva e bochechas. Em longo prazo, o tabagismo pode ainda gerar halitose (mau hálito), que pode ser agravada quando a higiene bucal não é realizada de forma adequada ou devido a causas sistêmicas associadas, como refluxo e doenças pulmonares e de fígado.

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