A Clínica Integrada de Saúde (CIS) da Universidade Salvador (UNIFACS) está oferecendo um tratamento gratuito para mulheres que estão na menopausa e enfrentam limitações nos tratamentos convencionais devido ao histórico de cânceres hormônio-dependentes, como os de mama, ovário, útero ou endométrio.
Mulheres interessadas em participar do programa devem agendar uma triagem pelo telefone (71) 3273-8512 (também WhatsApp) às terças-feiras, das 14h às 17h. No processo de triagem, as pacientes preencherão um formulário e passarão por uma consulta e exame físico com uma ginecologista do CIS. Se atendidos os critérios necessários, a mulher será direcionada ao tratamento.
Esse procedimento utiliza a radiofrequência fracionada microablativa, uma tecnologia que estimula a regeneração do tecido vaginal e combate sintomas incômodos da menopausa, como o ressecamento vaginal, dores e desconforto durante a relação sexual. O serviço é voltado para pacientes que fazem acompanhamento médico pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas não está disponível para gestantes nem para quem usa marcapasso.
A menopausa é caracterizada por uma redução natural dos hormônios estrogênio e progesterona, resultando no fim dos ciclos menstruais e da fertilidade. Esse processo hormonal também afeta outras funções do corpo, desencadeando sintomas diversos, como ondas de calor, alterações de humor, distúrbios do sono e ressecamento vaginal. Estes últimos podem gerar desconfortos intensos, afetando diretamente a qualidade de vida e a autoestima das mulheres.
Para mulheres que já tiveram câncer hormônio-dependente, o tratamento hormonal, usualmente recomendado para aliviar os sintomas da menopausa, é contraindicado, uma vez que o câncer de mama está frequentemente ligado a receptores hormonais. De acordo com a ginecologista e professora da UNIFACS Ana Gabriela Lyrio, que acompanha o projeto. "O câncer de mama normalmente está associado a receptores hormonais, então devemos evitar tratamentos hormonais para pacientes que já tiveram câncer hormônio-dependente".
Ela afirma ainda que essa realidade limita as opções para muitas mulheres que, sem alternativas adequadas, acabam sofrendo um impacto significativo na vida pessoal e sexual, o que pode levar à depressão e a uma redução na qualidade de vida.
O tratamento por radiofrequência fracionada microablativa (FRAXX), aplicado no canal vaginal, dura entre 20 e 30 minutos por sessão e consiste em estimular a produção de colágeno pelo tecido vaginal, utilizando um calor controlado de acordo com as características do tecido de cada paciente. A técnica promove a multiplicação de fibroblastos — células responsáveis pela produção de colágeno —, o que aumenta a elasticidade, espessura e resistência da mucosa vaginal, reduzindo a secura e a dor.
“Este tratamento já existe há mais de uma década, mas o avanço nos equipamentos e na pesquisa é recente, especialmente nos últimos cinco anos. No eixo Sul-Sudeste do Brasil, há mais estudos, mas ainda carecemos de mais trabalhos aqui no Norte-Nordeste”, explica Lyrio.
Mais informações podem ser obtidas através do Instagram @comunic.ativa ou do site www.comunicativaassociados.com.br.