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Alerta - 19/10/2023, 06:20 - Livia Oliveira

Surto de Esporotricose alerta especialistas para os casos na Bahia

Em Salvador, de janeiro a início de outubro deste ano, já foram confirmados 603 casos da doença, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS)

Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), há um alerta para os municípios notificarem a doença e a população adotar cuidados
Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), há um alerta para os municípios notificarem a doença e a população adotar cuidados |  Foto: Ilustrativa/Reprodução Freepik

A esporotricose, doença transmitida de animais, mais comumente gatos, para humanos, está se espalhando em diferentes estados brasileiros e tem chamado atenção de especialistas. Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab), há um alerta para os municípios notificarem a doença e a população adotar cuidados.

Só em Salvador, de janeiro a início de outubro deste ano, já foram confirmados 603 casos da doença, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ao longo de 2022, foram 1079 casos confirmados. A esporotricose é uma zoonose transmitida pelo fungo Sporothrix brasiliensis e Sporothrix schenckii, comumente encontrado no solo, onde tem muita matéria orgânica.

Em cães e, sobretudo, gatos, causa micose subcutânea e pode passar para os humanos pelo contato com a pele ou mucosa, a exemplo de arranhões ou mordidas. Em maio deste ano, o Ministério da Saúde publicou a Nota Técnica nº 60/2023 com recomendações da vigilância da esporotricose animal.

“Os sinais clínicos são lesões geralmente de pele granulomatosa, lesões profundas, deformantes, que afetam os gatos e seres humanos. Essas lesões, se as pessoas fizeram tratamento contra câncer ou utilizar algum imunossupressor, pode se tornar a doença grave”, explica o veterinário José Eduardo Ungar, presidente da Comissão Estadual de Saúde Única do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado da Bahia (CRMV/BA).

De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Estado da Bahia (Divep), através da Coordenação de Doenças de Transmissão Vetorial (CODTV), de janeiro deste ano até 23 de setembro, foram registrados 492 casos em humanos e 770 casos em felinos no estado. Marcelo Medrado, veterinário da Vigilância Epidemiológica da CODTV conta que durante o ano passado, 930 casos em gatos foram notificados na Bahia.

Os municípios foram: Candeias, Lauro de Freitas, Salvador, Santo Amaro, São Francisco do Conde e Simões Filho. Já a doença em humanos foram 402 casos, notificados pelos municípios de Camaçari, Lauro de Freitas e Salvador. Como a notificação compulsória em alguns municípios é recente, está sendo registrado aumento de casos.

“Salvador a gente sabe que é uma cidade muito sensível, mas já tem o programa instalado e é de notificação compulsória. Camaçari também tem o problema instalado. O que preocupa são as cidades que não têm nenhuma estrutura, que não pensam no problema ainda”, explica Marcelo. Além disso, frisou a importância de manter o animal doente em isolamento durante o período de tratamento e usar equipamentos de proteção individual (EPIs) ao manipular. Para prevenir, recomenda castrar os animais, mantê-los em domicílio, limpar quintais e terrenos.

“A população deve informar os casos suspeitos pelo Fala Salvador no 156, em seguida, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) será acionado para realizar monitoramento e investigação epidemiológica em regiões com notificações ou surto”, afirma a nota.Simone Freitas, médica veterinária e fundadora do aplicativo VetGuide, conta que os tutores devem prestar atenção em feridas em locais como na cabeça, no focinho, na pata.

“A gente trata esses animais e educa o tutor, porque acaba demonizando o gatinho que não tem culpa. O fungo não vem do gato, vem do solo. E acaba abandonando o animal ou matando e enterrando, o que é na verdade muito ruim, porque ele está enterrando os fungos que se desenvolvem bem no solo”, explica.Em caso de morte, os animais devem ser cremados. Já os animais em tratamento recebem antifúngico por pelo menos 60 dias. “O ideal é que leve imediatamente ao veterinário. Caso o animal apresente a ferida e o tutor também, aí os dois devem procurar os médicos específicos”, orienta.


*Sob a supervisão da editora Meire Oliveira

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